Pedro Passos Coelho afirma que processo de reversão da privatização da TAP não é claro

14 de junho de 2017
PSD

Dívida: Presidente do PSD chamou a atenção para a necessidade de se emitir a mais longo prazo, elogiando o Governo por não seguir a sugestão do PS e BE

 

Pedro Passos Coelho acusou o Governo de fragilizar o Serviço Nacional de Saúde 

 

Pedro Passos Coelho afirmou hoje que é preciso deixar de parte a “falta de realismo do Governo e passar a ter uma visão de futuro”, gerando confiança nas pessoas. E para Portugal ter futuro, é necessário reconhecer boas propostas.

O líder da oposição já havia desafiado o Governo a emitir dívida a mais longo prazo. Hoje, emitiu a “dez anos, mas era preciso aproveitar a confiança para emitir a mais anos. Temos de substituir a dívida que é cara por outra mais barata.”

Por outro lado, o relatório da sustentabilidade da dívida feito pelo BE e pelo PS defende o contrário: emitir a prazos mais curtos para poupar em juros. “Mas se olharmos para o País e não para as eleições, o interesse é que seja a longo prazo”, explicou. “Ainda bem que fizeram o contrário do acordado entre o PS e o BE sobre emissão de dívida. Porque é que não se reconhece isto? Quando somos nós a propor está mal, mas se forem os outros está bem? Isto impede as pessoas de acreditarem no sistema político e nos políticos”, disse.

O presidente do PSD realçou ainda a importância de se ter uma conversa séria sobre a TAP. Pedro Passos Coelho relembrou que, “o governo PS, nos anos 90, andou à procura de uma parceria estratégica para a prazo vender a TAP. Na altura, só não aconteceu porque a empresa fechou. O País andou muitos anos a ver se havia forma de vender a empresa, preservando a sua importância”.

Os que acusam o PSD de ter vendido a TAP “à pressa”, esquecem-se que quase “não havia dinheiro para pagar ordenados e para abastecer os aviões de combustível”. O PSD conseguiu um bom negócio para o País. Mas agora, “o PS diz que o Estado não podia vender a empresa toda. Ainda não percebi se temos 50% para mandar ou não mandar. Ainda não percebi o que querem dizer. Mas ouvi dizer que a solução era melhor. O Estado, antes, ia ter 34% da empresa, agora só pode receber 18% dos dividendos. E se forem prejuízos? Como vai ser? Ainda não percebi porque é que esta reversão era fundamental.

Pedro Passos Coelho reiterou ainda que, se a privatização não tivesse sido revertida, o Governo não estaria agora a nomear pessoas para a gestão da empresa.

Ainda sobre o futuro, o líder do PSD referiu-se ao caso da Segurança Social, e reiterou que é preciso “fazer uma reforma que dê segurança aos atuais e aos futuros pensionistas”.

Sobre as reformas levadas a cabo pelo último executivo PS, que previa que, daqui a vinte anos, quem se reformar tem apenas metade do salário, o líder do PSD afirmou que é preciso lidar com estes problemas. Lidar com a desertificação e com a natalidade recessiva que se verifica em todo o território. “O problema é nacional, e não ficou resolvido. É preciso uma nova leva de reformas importantes para as pessoas poderem ter uma perspetiva de carreira e de futuro”, disse.

Portugal pode ter mais do que um crescimento ocasional. Tal como defendeu, é preciso “ganhar balanço e dar um salto qualitativo e ter as políticas públicas mais dotadas e com mais meios. Não vale a pena continuar a fazer de conta. Temos de nos mostrar determinados, saber o que queremos e lutar por isso.”

 

Saúde: é preciso investir em médicos, enfermeiros e equipamentos

Decorreu hoje, no Parlamento, uma discussão sobre o Sistema Nacional de Saúde e a Saúde em Portugal.

O PSD, mesmo nos tempos de emergência, conseguiu sempre investir na Saúde, apostando, por exemplo, no investimento em equipamentos para diminuir tempos e listas de espera. Conseguiu “arranjar dinheiro para defender o Serviço Nacional de Saúde, mesmo que algumas medidas fossem incompreendidas”.

Mas hoje, “as coisas mudaram e são imensas as desculpas para que as coisas não possam ser melhores. Nós sabemos que é difícil, porque se queremos ser melhores no futuro há coisas que se têm de fazer no meio. Temos de fazer opções, valorizar o SNS. Porque é que não olhamos para os problemas que temos e que são sentidos?”, questionou.

 “O que há é falta de médicos, enfermeiros e equipamentos, mas quando não havia dinheiro nós conseguíamos abrir novos hospitais e centros de saúde, melhorávamos o investimento. Diziam que estávamos a destruir o SNS. E agora que as dívidas aumentam, que os prazos de pagamento são maiores, e não há investimento nos equipamentos? Porque é que é assim? Porque o dinheiro não dá para tudo”, disse.

São precisas escolhas que valorizem a Educação, a Saúde e a Ação Social. E a descentralização pode ter um papel fundamental nesta matéria.

São os autarcas quem melhor conhece os problemas locais. São eles os mais bem preparados ver as características de cada região, escolhendo o que pode ser melhorado e potenciado.

Por diversas vezes ao longo da última legislatura, o PSD tentou promover uma discussão séria, para que os autarcas eleitos no próximo dia 1 de outubro soubessem com o que contar. Mas o Governo foi adiando a discussão, e agora cria grupos de trabalho com propostas que ficam muito aquém. “Esta não é uma forma séria de fazer esta discussão”, disse.

É preciso fazer as escolhas certas para dar novo fôlego ao País. E esse trabalho não passa só pela Administração Central. Passa por uma cooperação entre o Estado, o Poder Local e os Portugueses.