Novo Banco: “É incompreensível que o Estado não tenha vendido 100%”

16 de maio de 2017
PSD

Ao contrário do que disse António Costa, a manutenção de uma participação de 25% por parte do Fundo de Resolução, vai resultar “com maior probabilidade em perdas do que em ganhos futuros”

 

Esta terça-feira, numa audição na Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa (COFMA), Maria Luís Albuquerque afirmou que é “incompreensível” que o Estado não tenha vendido o Novo Banco (NB) a 100%.

Sobre a manutenção de uma participação de 25% do NB por parte do Fundo de Resolução, a Vice-presidente do PSD declarou que esta percentagem vai resultar “com maior probabilidade em perdas do que em ganhos futuros” e que “ou o comprador tem credibilidade suficiente para comprar um banco desta importância ou não tem”.

Maria Luís Albuquerque disse também que, em relação à suposta existência de propostas melhores para a compra da instituição bancária, “não se pode permitir que fique a suspeita de que houve uma venda que não defendeu as melhores condições”.

Sobre as condições criadas para que os bancos amortizem em 30 anos o empréstimo concedido à entidade que (ainda) detém 100% do Novo Banco, Maria Luís Albuquerque assegurou:

"Aquilo que se prevê receber dos bancos é muito inferior ao que custa aos contribuintes. Isso foi tudo o que nós tentamos evitar: implica mais riscos para os contribuintes e menos custos para os bancos. E vai em contraciclo com o resto da Europa, onde há a tendência de separar o risco do soberano do risco do setor financeiro. Estamos insatisfeitos”.

Sobre o atraso na operação de troca de obrigações que integra o processo de venda do NB à norte-americana Lone Star, Maria Luís Albuquerque considerou que devia ser uma "prioridade" para os envolvidos.

"Acho que esta operação, que implica o envolvimento voluntário de obrigacionistas num processo que vai gerar perdas, devia ter sido uma prioridade absoluta de quem está a vender o banco, que neste caso também envolve o Governo", afirmou a Vice-presidente do PSD considerando que é “estranho que ainda esteja atrasado” e que teme que “seja sinal de algum tipo de problema que venha a não ser resolvido". “Porque é que o processo está tão atrasado?", questionou.

Esta operação está ainda dependente da autorizações regulatórias e da troca de obrigações seniores com o objetivo de melhorar o capital do NB em 500 milhões de euros. Isto implicará penalizações para os detentores destes títulos.