Luís Montenegro exige pedido de desculpas a Costa

3 de julho de 2017
PSD

 

O primeiro-ministro deve pedir desculpa pelas insinuações sobre uma suposta “fuga” de dez mil milhões de euros, para offshores. Em entrevista à TSF, o líder parlamentar defendeu a reforma do sistema eleitoral, “longe das legislativas”.

Luís Montenegro exigiu, em entrevista à TSF, um pedido de desculpas a António Costa, na sequência das acusações sobre a saída de 10 mil milhões de euros para paraísos fiscais. De acordo com a Inspeção-Geral das Finanças, é “extremamente improvável” que tenha havido “mão humana” na falha informática que levou o Fisco a não analisar as transferências autorizadas pelos bancos.

"O primeiro-ministro de Portugal não pode fazer insinuações sobre os anteriores titulares e, confrontando-se com uma verdade que o desmente, ficar indiferente”, sustentou. Era a altura de assumir a responsabilidade, dizer que esteve mal e que fez uma insinuação sem fundamento", sublinhou Luís Montenegro. Trata-se, segundo explicou, de “uma questão de nobreza na ação política, de sentido de responsabilidade, de respeito pelo próprio órgão que se representa”.

 

Incêndios: “Estado falhou” na sua função

O "Estado falhou" no combate aos incêndios, afirma o líder parlamentar. Era importante, por isso, que houvesse "um sinal de confiança", assim como respostas concretas que contrariassem os "sinais de completa desorientação" dos mesmos do Governo. "Há que responder ao País, temos que dar tranquilidade às pessoas", reforçou Luís Montenegro.

 

Reforma do sistema eleitoral “longe das legislativas

De acordo com o social-democrata, é objetivo do PSD avançar, “o quanto antes”, com propostas que promovam a reforma do sistema eleitoral, a fim de que, na próxima sessão legislativa, se possa fazer um debate "bem longe das eleições legislativas".

 “Espero, o quanto antes, poder apresentar o nosso projeto, e espero que os outros partidos o possam fazer, incluindo o Partido Socialista, que é um grande defensor, nas últimas duas décadas, da alteração do modelo eleitoral. O Dr. António Costa muitas vezes falou disso. Tem agora oportunidade de concretizar aquilo que disse”, realçou em jeito de desafio.

 

Descentralização: diálogo com a força liderante, o PSD

Quanto à descentralização, Luís Montenegro lembrou que o PSD apresentou quatro projetos, no Parlamento, pelo que está disponível para trabalhar este assunto. “Mas há uma coisa que tem de ficar clara: o Governo tem duas formas de fazer aprovar as suas propostas: ou o faz (que é o expectável) dentro da sua maioria parlamentar de apoio, ou seja, entendendo-se com o PCP e com o BE; ou, dialogando com os demais partidos. Mas quando vier dialogar com o PSD, tem de aceitar que o PSD é a força política liderante desse diálogo, porque nós temos mais deputados que o PS”, avisou.

Tal como defendeu, o PS deve entender-se “quanto ao que quer”. “O que não pode ser é que, para haver descentralização, o PSD tenha de aceitar o que o PS quer. Isso não aceitamos”, acrescentou.