Jornadas Parlamentares: com precários “Governo tem duas caras e recorre a malabarismos”

30 de maio de 2017
PSD

Marcar a atividade parlamentar e partidária com iniciativas que visem dar a Portugal estratégias que garantam mais futuro e um País mais próspero e justo”, é o objectivo das Jornadas Parlamentares do PSD, de acordo com Luís Montenegro, presidente do Grupo Parlamentar, na abertura do encontro que decorre até amanhã em Albufeira. Salientou a necessidade de uma “atitude de proximidade” para com a população.

No último ano, apresentámos muitas iniciativas em diferentes áreas: descentralização, segurança social, educação, economia, saúde, desporto, ambiente”, afirmou Luís Montenegro, contrariando a ideia de que o PSD não tem apresentado iniciativas ou propostas legislativas. É tempo, por isso, de a bancada parlamentar “fazer um esforço de afirmação das nossas ideias”.

As Jornadas do PSD assumem-se como oportunidade para defender e apresentar projetos, como a regulação do transporte de passageiros (uma vez que a iniciativa pendente do Governo complica e não garante a qualidade do serviço prestado pelas plataformas electrónicas). Pretendem, também, refletir sobre o tema da violência, abandono e isolamento dos idosos, “que o PS tem desdenhado”.

Luís Montenegro recordou a suposta integração dos precários, preconizada pelo atual Executivo, para a classificar como “propaganda em véspera de eleições”. “Ficámos a saber que o próprio Governo usa estagiários não remunerados para funções de capital importância”, disse, referindo-se ao Centro Jurídico junto da Presidência do Conselho de Ministros. “O Governo tem duas caras e recorre a subterfúgios e malabarismos”, acrescentou.

Sobre o alojamento local, os social-democratas dizem que “o caminho de afirmação desta oferta é positivo”. Contudo, consideram que o Governo parece não apreciar o alojamento local. Propor que dependa da concordância dos condóminos é, de acordo com Luís Montenegro, “matar o Alojamento Local, sobretudo daqueles que não podem ser proprietários de prédios inteiros”.

O líder da bancada parlamentar referiu-se, ainda, às eleições autárquicas para destacar “o empenho do grupo parlamentar no combate político”, sublinhando que os deputados estão disponíveis para acompanhar os autarcas. “O País é, também, os municípios e as juntas de freguesia”, disse, realçando que Portugal “cresce muito a partir da base local”. Mesmo que o governo seja “mau”, “não estamos condenados a não crescer por causa disso, se tivermos uma base local que trabalha”, afirmou.

 

Algarve: “é esta comunidade que tem o direito de almejar garantir iguais oportunidades”

Quando os deputados visitaram os 16 concelhos deste distrito e trataram de conhecer melhor as realidades essenciais à qualidade de vida dos cidadãos, fizemo-lo porque objetivamente é muito mais do que sol e mar. É esta comunidade de pessoas, instituições. É esta comunidade que tem o direito de almejar garantir iguais oportunidades àquelas que, noutras zonas do País, os nossos concidadãos têm e merecem”. Foi assim que Luís Montenegro se referiu à escolha do Algarve para realização das Jornadas Parlamentares. “No Algarve vivem quase meio milhão de pessoas em permanência”, referiu o líder parlamentar, acrescentando que é objetivo do partido “percorrer todo o território nacional”, de modo a identificar as reais necessidades e a trabalhar eventuais soluções.

 

Gaffe monumental

Foi com grande estupefação que nos apercebemos de que houve quem dissesse que preferíamos um destino turístico a uma região do interior”, recordou, classificando os comentários do presidente do Partido Socialista, Carlos César, de “gaffe monumental”, na medida em que, estando à data de tais declarações em Bragança, “nem sequer se apercebeu de que o distrito, como aliás outros do interior do País, são também eles destinos turísticos”. Luís Montenegro disse, ainda, que “só quem ignora este potencial poderia estar a referir-se ao Algarve como um destino turístico, sem se aperceber de que também ele pisava terras onde o turismo é um setor essencial da atividade económica”. 

Luís Montenegro defende que tais afirmações devem “merecer uma reflexão política”. “É bom que os algarvios também possam avaliar a qualidade de quem nos representa e avaliar se as diversas forças políticas são merecedoras, ou não, do apoio eleitoral que lhes tem sido facultado”, acrescentou, considerando que se trata de “um caso bem elucidativo de quem não merece o apoio eleitoral” que tem recebido.