Incêndios: Governo está mais preocupado em medir o índice de popularidade

30 de junho de 2017
PSD

“Governo devia estar a dizer que isto [tragédia do incêndio] não se vai repetir”

 

 

Foi esta sexta-feira, 30 de junho, que Luís Montenegro considerou "deplorável" que tenha havido notícia "não desmentida" de que o Governo concentrou parte das suas preocupações nestes dias a medir o índice de popularidade.

 

"É verdade, acho que é deplorável que tenha havido notícia não desmentida de resto, que o Governo concentrou parte das suas preocupações nestes dias [incêndio] em medir a sua popularidade e em extrair a sua conclusão e até a sua satisfação de que o primeiro-ministro tinha um índice de popularidade muito bom em plena crise e em pleno trabalho de combate (...)", afirmou Luís Montenegro.

 

À margem da cerimónia de apresentação de candidatura de Carlos Faria à Câmara Municipal de Vila Velha de Ródão, o Líder da Bancada Parlamentar do PSD afirmou que se sentia "desiludido" enquanto político, quando viu a notícia que dava conta de que o Governo andou a fazer estudos de opinião e popularidade.

 

Para o social-democrata “o Governo devia estar a dizer que isto [tragédia do incêndio] não se vai repetir e não se voltarão a repetir erros do dia 17, 18 (...)."

 

"Numa altura em que importa é cuidar das pessoas, tratar os feridos, tratar as pessoas desprotegidas, tratar de ter uma forma expedita do Estado poder indemnizar os danos sofridos em função da responsabilidade objetiva que possa ter, em ver de vermos o Governo concentrado nisso, vemos o Governo desviar as atenções para uma reforma florestal", disse.

 

 

 

 

Material de guerra roubado dos Paióis de Tancos

 

"É preciso esclarecer, prevenir e detetar o paradeiro das armas e os responsáveis pelo furto"

 

Ainda à margem da cerimónia de apresentação de candidatura de Carlos Faria à Câmara Municipal de Vila Velha de Ródão, Luís Montenegro afirmou que a situação do material de guerra roubado dos Paióis de Tancos "é gravíssima" e que é preciso esclarecer, e muito rapidamente, detetar o seu paradeiro e os responsáveis pelo furto.

 

"Que fique muito claro, não é uma atitude alarmista da nossa parte, mas é uma atitude responsável porque o material em causa é altamente perigoso e é necessário que haja cuidado, não só ao nível das instalações militares (...), um cuidado muito particular de prevenção e de tentativa de identificar muito rapidamente todo este material", afirmou o líder da bancada parlamentar do PSD.

 

Luís Montenegro adiantou que o PSD apresentou esta sexta-feira, 30 de junho, na Assembleia da República dois requerimentos sobre o assunto.

 

"Apresentámos dois requerimentos na AR, um no sentido de auscultar o ministro [da Defesa] com urgência no parlamento para termos uma perceção muito concreta daquilo que se passou e um outro que visa, quer no domínio do Ministério da Defesa Nacional, quer no domínio do Ministério da Administração Interna, saber que medidas estão a ser tomadas face à circunstância da perigosidade que envolve (...) o material estar em parte desconhecida", disse Luís Montenegro.

 

O líder parlamentar do PSD explicou ainda que, neste momento, a informação ainda não é de molde a tirar conclusões. "Sei que esse panorama hoje envolve os serviços públicos é e um reflexo do que temos vindo a dizer. O País saiu dos défices excessivos (...), mas tem um outro lado, a realidade portuguesa, o definhamento e a deterioração dos serviços públicos a vários níveis", sustentou.

 

Adiantou ainda que num espaço de tempo relativamente curto, houve o assalto e furto de pistolas no Comando Nacional da PSP e agora este furto em Tancos.

 

"É preciso esclarecer, prevenir e detetar o paradeiro das armas e os responsáveis pelo furto", concluiu Luís Montenegro.