Incêndios e roubo de armas: Governo “desbarata a autoridade do Estado”

30 de junho de 2017
PSD

 

O Governo preocupa-se com a sua popularidade, quando o País quer respostas para os incêndios que afetaram Pedrógão Grande e os concelhos limítrofes. A Inspeção de Finanças diz que não houve “mão humana” nas transferências para “offshores”, pelo que António Costa deve pedir desculpa ao PSD. Roubo de lança-granadas e munições em Tancos “é muito grave”.

 

Era necessário que o Partido Socialista, o Governo e, em especial, o primeiro-ministro aplicassem a si próprios a responsabilidade que tanto querem exigir dos outros”, afirmou Luís Montenegro, na quinta-feira, durante o Conselho Nacional do PSD. Frisou, por diversas vezes, que o Governo “demonstra não ter sentido de Estado e que está a desbaratar a autoridade do Estado em vários níveis”.  

É altura de dizer a António Costa que a acusação que fez”, segundo a qual a transferência de dez mil milhões de euros para paraísos fiscais, sem análise do Fisco, foi originada por mão humana, “foi infundada, está inequivocamente desmentida”, disse o presidente do grupo parlamentar do PSD. António Costa “devia ter a atitude nobre que exige a quem tem sentido de Estado e respeito pela função de ocupa”, afirmou, ficando provado que “não houve intervenção, nem responsabilidade governativa” nas transferências para paraísos fiscais.

Uma entidade do Estado vem dizer (…) que nem sequer é provável que possa ter havido qualquer intervenção humana naquilo que sucedeu relativamente às estatísticas e, sobretudo, ao tratamento da Autoridade Tributária dessas transferências”. Por isso, o social-democrata defende que o primeiro-ministro deve “pedir desculpa por ter feito uma insinuação que não tinha nenhum fundamento”.  

 

Governo está a deixar colapsar o Estado

Luís Montenegro lançou várias críticas ao atual Executivo, pois “estamos a assistir, em Portugal, a uma cada vez mais nítida revelação de um Governo que está a deixar colapsar o Estado, a autoridade e o próprio sentido de Estado no exercício de funções governativas”. Segundo afirmou, esta postura governativa está a causar “mais insegurança junto das pessoas”. Deu como exemplos “o fogo de Pedrógão Grande e concelhos limítrofes” e o desaparecimento de granadas e munições dos Paióis Nacionais de Tancos.

 

Incêndios: membros do Governo preocupados com popularidade

Sobre os incêndios na região Centro, o líder parlamentar comentou que “numa altura em que os portugueses pedem respostas a situações absolutamente indescritíveis, em que o principal partido da oposição cumpre a sua missão de escrutínio da ação do Governo, é a mesma altura em que vem a público a nota de que o Governo anda a estudar os níveis de popularidade do primeiro-ministro e dos membros do Governo numa situação de crise como esta”. Acrescentou que “vêm também a público que estão até satisfeitos com a popularidade do primeiro-ministro”.

O social-democrata defende que esta situação “diz muito daquilo que é a postura do Governo e diz muito também daquilo que é a forma como se encaram situações que exigiriam um sentido de Estado bem mais profundo”. Tal como lembrou, “há muitas respostas que estão por dar, a propósito das mexidas nos órgãos de coordenação da Proteção Civil e das respostas sobre, por exemplo, o sistema de saúde e das forças de segurança”. Reforçou que as investigações do Governo e da comissão técnica proposta pelo PSD, no que diz respeito aos incêndios, não podem inibir “o Parlamento e todos os partidos, em particular os da oposição, de cumprirem o seu trabalho de fiscalização da ação governativa”.

 

Munições e granadas furtadas: PSD desafia Executivo a tomar medidas

Sobre as munições a granadas furtadas, Luís Montenegro afirmou que “a situação é muito grave”, pelo que “o PSD insta o Governo a tomar as medidas necessárias para que isto não volte a acontecer”, uma vez que o ocorrido (e à semelhança das pistolas desaparecidas há uns meses da Direção Nacional da PSP) “não pode ser só lamentado, nem pode dar só origem a inquéritos internos”. Classificando este acontecimento de incompreensível, o social-democrata argumenta que “tem de haver alguma razão ou anomalia nos processos de vigia e de fiscalização”. Disse esperar que “não seja falta de pessoal, nem de alocação de meios para poder garantir precisamente essa segurança”.

 

Tancos: PSD solicita audição do ministro da Defesa e do chefe do Estado-Maior do Exército


O PSD entregou, no Parlamento, um requerimento a solicitar a audição do ministro da Defesa e do chefe do Estado-Maior do Exército, na sequência do desaparecimento de lança-granadas, granadas e munições em Tancos.

Pode ler-se no requerimento que, "segundo um comunicado do Exército Português, foi detetada a violação dos perímetros de segurança dos Paióis Nacionais de Tancos e o arrombamento de dois paióis com o desaparecimento de material de guerra, especificamente granadas de mão ofensivas e munições de calibre 9 milímetros". Assim, e “perante a gravidade desta situação”, os deputados do PSD pretendem ouvir os esclarecimentos que o ministro Azeredo Lopes e o general Rovisco Duarte “considerarem pertinentes sobre estes acontecimentos”.

É objetivo, ainda, do PSD que o ministro da Defesa se pronuncie sobre a reunião de ministros da Defesa da Nato que decorreu, na quinta-feira, em Bruxelas.