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Carlos Abreu Amorim classificou, esta quinta-feira, de “estranhas e até um pouco desesperadas” as declarações que responsáveis governamentais proferiram esta quarta-feira. “As acusações que foram feitas ao PSD são totalmente descabidas, desajustadas e fazem ricochete”, afirmou, explicando que é “falso” quando “o Governo diz que o PSD está a tentar obter algum aproveitamento político desta tragédia”. Considera que o que está a acontecer “é uma gestão de comunicação e de marketing político elevado até ao ponto máximo”. Com “acusações, política de ocultação e de passa as culpas”, este Governo está a criar “este clima de suspeição e desconfiança que é negativo”, alertou.
Depois de o Governo ter acusado o PSD de comportamento “indigno”, os social-democratas responderam “de forma muito clara”: “indigno é, até este momento, não ter chegado um cêntimo do dinheiro público e do muito dinheiro privado que a sociedade portuguesa angariou desde a tragédia” que afetou a região de Pedrógão Grande.
De acordo com Carlos Abreu Amorim, “indigno, e absolutamente reprovável, é o facto de o PSD ter apresentado um projeto urgente que criava um mecanismo extrajudicial para reparação às famílias dos falecidos e aos feridos graves”. Apesar dos apoios do PCP e do BE, o PS não permitiu que o mesmo fosse aprovado em 19 de julho, “não dando consentimento para que fossem feitas as três votações, designadamente a votação final deste projeto que ficou a aguardar para setembro”, salientou. Este é mais um exemplo do contributo dos socialistas: fizeram com que “esta necessidade urgente de reparação fosse adiada”.
“Já era tempo” de o Governo pedir desculpa aos portugueses
Para o vice-presidente do grupo parlamentar do PSD, “indigno, também, é a Lei da Rolha que condiciona a atividade da comunicação social, aumenta um clima de suspeição e de desconfiança em relação àquilo que está a ser feito na prevenção e no combate aos incêndios”. Referiu-se, ainda, à não explicação por parte do atual Executivo do motivo pelo qual “mudou os comandos da Autoridade Nacional da Proteção Civil a meses do início da época dos fogos com os resultados que, neste momento, estão à vista”. Reiterou que “indigno é, também, a lógica do passa as culpas absolutamente compulsiva e negativa, no sentido em que ninguém assume responsabilidades”.
O PSD considera ser cada vez mais evidente que “o Estado falhou” e que “´já era tempo” de o Governo pedir desculpa aos portugueses por isso mesmo. Contudo, nenhum responsável governamental ou “o próprio primeiro-ministro pediu desculpa ao País, às populações diretamente afetadas por esta tragédia dos incêndios” que têm deflagrado em vários pontos do País.
“É ao Governo que devemos todo este clima de confusão a que temos assistido”, denunciou Carlos Abreu Amorim. Segundo reiterou, foi devido à “posição enérgica” do PSD e à comunicação social que foi possível “desmascarar algumas especulações que por aí andavam e só porque foi criado pelo Governo o clima para que isso acontecesse”.
O deputado social-democrata referia-se à divulgação da lista (das vítimas dos incêndios da região de Pedrógão Grande) que aconteceu na terça-feira por parte do Ministério Público. A desorientação do atual Executivo foi evidente em vários momentos. “O Governo andou a dizer que a lista estava com o Instituto de Medicina Legal (IML), depois que era uma questão da Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC), depois da Polícia Judiciária (PJ) e, finalmente, do Ministério Público”, sublinhou. “A PJ, a ANPC e o IMT estão sob a tutela do Governo”, lembrou, “portanto não se entende porque é que ele próprio promove esta lógica absolutamente antidemocrática de passa as culpas”. Defendeu que esta desorientação deu origem a especulações, bem como ao “clima de desconfiança em relação ao Estado”. Afirmou, por isso, que “foi graças ao PSD e à comunicação social que esse nó foi desfeito”.
“A transparência e o cessar, de uma vez por todas, do clima de suspeições que estava a grassar praticamente em todo o País é algo com que nos devemos regozijar e isso deve-se à atitude do PSD e, também, da comunicação social”, disse o deputado. A divulgação da lista permitiu, assim, “trazer mais verdade a uma situação que parecia estar sujeita a uma lógica estranhíssima de ocultação por parte não sabemos de quem”, referiu, acrescentando que o Executivo reclama, agora, que a ocultação não se devia nem a si, nem às “entidades governamentais que estão sujeitas a tutelas e superintendência”. O PSD não entende o motivo pelo qual foi necessário “tanto tempo” para a disponibilização da lista que, tal como reiterou, “é o dado mais básico quando uma tragédia destas acontece”.