«Há agora uma nova ambição para Portugal»

17 de maio de 2015
PSD

O presidente do PSD garantiu hoje que a coligação com o CDS não entra no leilão das promessas fáceis, ilusões ou facilidades, garantindo responsabilidade, prudência e exigência e criticou quem acha que tem "um direito natural a governar".

Pedro Passos Coelho discursava em Guimarães, depois do líder do CDS-PP, Paulo Portas, no jantar que assinala a assinatura do acordo de coligação para as próximas legislativas, e foi perentório ao afirmar que os dois partidos não oferecem "aos portugueses um caminho de promessas fáceis, de ilusões nem de facilidades" e que não vão entrar "seguramente por esse leilão".

"As pessoas sabem com o que podem contar da nossa parte: com responsabilidade, com prudência, com exigência. É desta massa que será feita a recuperação do nosso país", enfatizou.

O primeiro-ministro deixou ainda uma palavra para o PS liderado por António Costa, sublinhando que "muitos meses depois de ação do Governo e de ação da nova oposição parece que pela oposição se começa a perguntar se a vitória está assim tão adquirida".

"Começa-se mesmo a perceber no país que o resultado das eleições não está fechado. Desenganem-se aqueles que acham que têm um direito natural a governar", atirou.

Mas as respostas a António Costa não ficaram por aqui e Passos Coelho respondeu às críticas que têm sido feitas pelo líder socialistas: "ao contrário do que se diz, que parece que este Governo não consegue governar sem a troika e que troika ele é mesmo sem a troika cá, apetece dizer que nós não precisamos da troika para fazer o que é preciso, mas houve quem anos a fio não fizesse o que era preciso e tivesse que chamar a troika para que os portugueses pudessem ter mais confiança em Portugal".

Na opinião do líder do PSD, "festejou-se cedo de mais as vitórias da alternativa, que agora começa a fazer contas" e recordou que os socialistas mudaram a liderança porque "a anterior não tinha boas sondagens".

"Todos nós temos que esforçar muito para merecer a confiança dos portugueses. Nós temos provas dadas. Nós mostramos que podiam confiar em nós, não deitamos nunca a toalha ao chão", enfatizou.

Passos diz que há agora "uma nova ambição para Portugal" e que "este Governo cumpriu aquilo que os portugueses esperavam que ele cumprisse".

"O CDS e o PSD poderiam ter perfeitamente aguardado pelo resultado das eleições e renovado então a sua confiança num Governo conjunto. Mas se o tivessem feito teriam dito aos portugueses que não valorizam o suficiente a estabilidade politica e a governabilidade do país", justificou.

Para o primeiro-ministro, a persecução dos objetivos deveu-se a um "esforço colossal", que passou pela "determinação do Governo", pelo facto de não ter sido seguida "a estratégia que era clamada pela oposição seguramente, mas deveu-se no essencial à determinação dos próprios portugueses que sabiam que era preciso salvar o seu país".

"O que está em jogo agora é muito fácil de perceber: é saber se queremos construir alguma coisa de positivo em cima daquilo que já alcançamos ou se queremos voltar ao tempo da incerteza e da dúvida. Ouvindo hoje aquilo que no essencial os nosso opositores prometem ao país, eu tenho a convicção que mais do que nunca o rumo que temos seguido é o rumo que deve ser prosseguido", alertou.