Caso BES: “CMVM e Banco de Portugal estão à procura da melhor solução”

26 de março de 2015
PSD

No Programa “Três Pontos” da RTP Informação, de 24 de março de 2015

Em relação ao Caso BES, o Vice-Presidente Coordenador da Comissão Política Nacional do PSD afirmou que enquanto na praça pública se verifica a existência de “notícias de trocas de argumentos entre os reguladores” na verdade, aquilo que se verificou esta terça-feira, 24 de março no Parlamento, “foi um empenhamento de ambos os reguladores na busca por uma solução para um problema que é complexo”.

Julgo que têm (a CMVM e o Banco de Portugal) visões tecnicamente diferentes, mas estão ambos à procura da melhor solução”, disse.

Marco António Costa frisou mesmo que este caso que “afeta cerca de 2.500 pessoas” põe em causa “500 milhões de euros envolvidos no problema da emissão de papel comercial do GES e dos lesados que estão a reclamar apoio”.

O dirigente Social-Democrata também destacou os três tipos de “lesados” neste caso:

Temos de distinguir, por um lado, lesados que são investidores profissionais e que, portanto, têm um grau de conhecimento bastante desenvolvido sobre o risco que constitui a aquisição de determinados produtos. Temos lesados que eram pessoas que estavam habituadas a fazer aplicações conservadoras e que julgavam que estavam a aplicar em papel comercial sem risco (…) e há uma última situação - essa é gritante - que é a de muitas pessoas que alegam que fizeram os seus depósitos, pensando que estavam a fazer aplicações a prazo no banco. Efetivamente, num abuso de confiança dos responsáveis bancários em cada uma destas situações, transferiram isso para aplicações em papel comercial de altíssimo risco”, afirmou.

Sobre a confiança que a marca BES possui atualmente, Marco António Costa afirmou que, na sua opinião, “os partidos se devem manter afastados desta discussão numa lógica de respeitar aquilo que é o trabalho dos reguladores”.

Nós estamos num plano que seguramente, seja qual for a decisão, haverá sempre uma reação de natureza jurídica e isto não se trata de uma discussão política. Trata-se de uma discussão técnico-jurídica e também, de alguma forma, de garantir que os reguladores cumpram a sua missão”, assegurou.

Sobre a possibilidade do Estado assumir responsabilidades no Novo Banco, Marco António Costa assegurou que não poderá especular sobre o tema, até porque “não é correto e nem é adequado neste momento”.

Eu julgo que devemos avaliar as soluções que devem ser colocadas em cima da mesa”, rematou.