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No debate no Parlamento sobre as prioridades da presidência do Conselho da União Europeia, esta sexta-feira, Rui Rio enalteceu a importância da “solidariedade” entre os 27 Estados-membros para vencer “a situação mais difícil que a Europa enfrenta desde a assinatura do Tratado de Roma em março de 1957”.
Rui Rio considera a vacinação “a principal arma deste combate”, pelo que espera uma “articulação de todos os Estados Membros, no que concerne às medidas de proteção a adotar”. Acima de tudo, Rui Rio exorta Portugal a promover uma “vacinação rápida e justa”, para permitir “arrancar de forma firme e decisiva a recuperação económica e social” da União Europeia.
O Presidente do PSD entende que a vacinação deve ser “a primeira prioridade da presidência portuguesa”, para permitir a imunização do “maior número possível de cidadãos europeus no mais curto espaço de tempo”. “Vacinação que tem de ocorrer em circunstâncias de grande igualdade entre Estados Membros; que é o mesmo que dizer, entre cidadãos europeus, independentemente da sua nacionalidade de origem. As vacinas têm de chegar no mesmo tempo, no maior número de quantidades possível, e proporcionais à dimensão populacional de cada País”, sublinha.
Além da solidariedade europeia na questão da vacinação e que “foi bem visível durante a presidência alemã e que “provocou um renascer da esperança no projeto europeu comum”, Rui Rio apela também a uma solidariedade “de larga escala ao nível dos fundos europeus disponíveis para a recuperação económica”. “A devastação financeira e económica que a pandemia nos vai legar é, seguramente, o fardo mais pesado que o Velho Continente tem de carregar desde a destruição provocada pela segunda guerra mundial. Por isso, a segunda prioridade deste primeiro semestre de 2021 não pode deixar de ser a agilização da utilização das verbas que temos à nossa disposição para o relançamento económico e social”, afirmou.
Numa altura em que a digitalização e o desenvolvimento tecnológico assumem o papel de principal motor da reestruturação económica, Rui Rio pede aos Estados e às instituições da União Europeia para não “deixarem ninguém para trás por falta de apoio à sua reconversão profissional”, o que “seria economicamente irracional e socialmente injusto”.
Os fundos europeus devem ser igualmente alocados à causa contra “o aquecimento global, designadamente ao nível da transição energética”.
Rui Rio mostra-se confiante que a nova administração norte-americana reaproxime a relação entre os EUA e o bloco europeu. “A eleição de Joe Biden para Presidente dos Estados Unidos abre-nos, de novo, as perspetivas de um relacionamento saudável e racional com a Europa. A presidência portuguesa não deve, pois, ignorar esta oportunidade e deve, obviamente, aproveitá-la, estreitando de novo estes dois espaços que o Atlântico une. Quem melhor do que Portugal para justamente fazer do Atlântico uma ponte, ao invés de um obstáculo?”, disse.
Pelo contrário, o líder do PSD entrevê como “menos positiva a construção do novo relacionamento com o Reino Unido, após a efetivação do Brexit”. No entanto, “não pode a Europa continental deixar de ter uma ligação muito próxima e muito estreita com as ilhas britânicas, apesar da sua recente saída da União”.
Na opinião de Rui Rio, a cimeira com a Índia e a ligação com África devem também marcar o semestre do exercício da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia. “As nossas ligações históricas e culturais colocam Portugal na posição privilegiada de poder contribuir para uma maior e mais solidária ligação entre a Europa e este continente que tanto precisa que ela se reforce”, assinalou.