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Conseguir uma maioria absoluta nas próximas eleições legislativas é o primeiro objetivo de Rui Rio, eleito presidente do PSD. “Não estar amarrado” a interesses é, segundo explica, “um bem inestimável para o País”. Pretende envolver a sociedade na “construção da alternativa”. O novo líder do partido afirma que vai marcar presença no “País todo”
“Se não for para servir o País, o que é que estou aqui a fazer?”. Na primeira entrevista após ter sido eleito presidente do PSD, Rui Rio deixou claro que o move o interesse nacional. Assumindo-se como “convicto”, esclareceu que as ideias por si apresentadas, na candidatura à liderança do partido, foram desprovidas de “demagogia” e por isso, “transparentes”, o que agora lhe dá “uma margem de liberdade muito maior para servir o País”.
“As campanhas eleitorais são absolutamente decisivas para os graus de liberdade que temos a seguir”, explicou Rui Rio que tomará posse na liderança do PSD no 37.º Congresso Nacional. “Se entramos numa situação em que prometemos tudo e mais alguma coisa que o eleitorado quer ouvir, a seguir estamos amarrados a isso e não podemos fazer o serviço público nos termos em que deve ser feito”, sustentou, salientando: “temos de dizer o que queremos e ao que vimos, com sinceridade”.
Primeiro objetivo: Vencer as eleições legislativas com maioria absoluta
Rui Rio reiterou que o primeiro objetivo é, agora, vencer as próximas eleições legislativas com maioria absoluta. “O segundo objetivo é ganhá-las. O terceiro é procurar, se não as ganhar, que a dependência da governação não seja na extrema-esquerda, mas no Parlamento como um todo”, explicou. Referiu-se aos “traços comuns” entre CDS, PSD e PS e defendeu que “o País ganhava muito que fossem aproveitados, no sentido do interesse nacional”.
“Referência política de sempre é o Dr. Sá Carneiro”
A “referência política de sempre é o Dr. Sá Carneiro”, afirma o próximo líder social-democrata, assinalando que, apesar de a sede nacional do PSD se localizar em Lisboa, “há um território muito vasto” no qual quer estar presente. Considera que é “uma vantagem” para Portugal “ter sido eleito alguém cuja candidatura” partiu de outra cidade e, neste caso, do Porto.
“Somos um país muito centralizado”, apontou o social-democrata, explicando que o poder está “muito enquistado todo no mesmo sítio”. “Isso depois cria relações, teias de poder que são prejudiciais para o País”, continuou. “Se tiver a arte, o engenho e a seriedade para continuar desamarrado, livre para poder decidir, acho que isso é um bem inestimável para o País”, acrescentou.
Construção da alternativa: “Com a sociedade toda”
“Como construir a alternativa?”, a pergunta foi formulada por Rui Rio. “É com a sociedade toda”, respondeu, salientando a importância do partido se ligar à sociedade. Referiu-se a pessoas que, já estando dentro do partido, têm “grande capacidade” ou “grande experiência” e, por isso, podem contribuir nos vários setores. “Depois é vital ir buscar pessoas que não são do PSD, independentes, mas que estarão ideologicamente próximas e que têm o seu contributo a dar”, sublinhou.
Partindo de uma referência à moção apresentada aquando da candidatura, disse que “isso agora vai ser trabalhado, pensado e consensualizado com as equipas que vão ser criadas”. Reforçou que o trabalho vai ser desenvolvido “pelo País todo” e afirmou que se trata de “uma inovação muito grande”, já que “não vai ser tudo centrado no mesmo sítio”.
Questionado a propósito da liderança do Grupo Parlamentar do PSD, Rui Rio confirmou que falará “muito em breve” quer com o atual presidente do partido, quer com o líder da bancada social-democrata. “Obviamente que não vou tecer publicamente nenhuma consideração sobre isso”, transmitiu, acrescentando que “tudo o que se possa ler, relativamente a fontes bem informadas ou próximas, não corresponderá à verdade”. Segundo afirmou, “isto tudo tem de ser feito em unidade, mas sem hipocrisia”. “A unidade constrói-se de parte a parte, de quem ganhou e de quem perdeu”, esclareceu.
Sobre as declarações do primeiro-ministro após as eleições, Rui Rio disse interpretar “aquilo que foi dito na sequência lógica daquilo que foi este relacionamento desde 2015”, em que Pedro Passos Coelho “ganhou as eleições” e António Costa “encontrou uma solução parlamentar” que inviabilizou o executivo liderado pelo PSD. “Isto dificulta uma relação”, salientou.