PSD PROPÕE: Requalificação da Escola José Falcão em Coimbra

11 de dezembro de 2017
PSD

O PSD recomenda ao Governo a requalificação da Escola Secundária José Falcão em Coimbra. Trata-se de um estabelecimento de ensino que “está na génese do ensino liceal”, em Portugal, e “é o rosto atual do Liceu de Coimbra, fundado em 1836”. Constitui um estabelecimento de referência no ensino público em Portugal.

Os deputados social-democratas consideram que quer pelo prestígio no património nacional – “interesse público” –, quer pelos resultados obtidos a Escola Secundária José Falcão deve ser objeto de intervenção.

Numa visita às instalações, o Grupo Parlamentar do PSD (GPPSD) constatou que, em oito décadas, este estabelecimento “nunca teve uma intervenção de fundo, por demais evidente nos sinais graves de deterioração que são facilmente observáveis in loco”. O PSD detetou problemas de infiltração, de humidade e de frio, paredes em cimento, com azulejos arrancados, e com a canalização e instalação elétrica ainda de origem.

Este estado força a necessidade de um projeto integral para uma intervenção de fundo que mantenha e respeite a traça original do edifício: que respeite e preserve o ambiente utilizando materiais e tecnologias que promova a otimização dos recursos energéticos; substitua as estruturas técnicas básicas; modernize a climatização; melhore a sua luminosidade; e crie um sistema de segurança e proteção de pessoas e bens”, concretizam os deputados.

No plano pedagógico, a qualidade e a diversidade do ensino praticado na Escola é de tal forma consensual que o número de alunos tem vindo a aumentar nos últimos anos, apesar dos constrangimentos de ordem física que limitam a inscrição de mais alunos.

 

 

Génese histórica da Escola Secundária José Falcão


Por decreto de Passos Manuel, publicado em 19 de novembro de 1836, foram oficialmente criados os primeiros três liceus em Portugal: o Liceu de Coimbra, o Liceu de Lisboa e o Liceu do Porto. As atuais instalações remontam a 1936 e foram desenhadas pelo arquiteto Carlos Ramos, tendo nessa altura recebido o nome de Liceu D. João III. Até 1947, foi um dos dois liceus de formação de professores em Portugal (o outro era o Liceu Pedro Nunes, em Lisboa), sendo mesmo, entre 1947 e 1956, o único liceu no País a fazer formação de professores. De 1956 a 1974, o estágio apenas se podia realizar em três liceus: aos de Coimbra e de Lisboa, juntava-se o Liceu D. Manuel II, do Porto. Em 1974, recupera o nome de José Falcão e, em 1979, o Liceu passou a Escola Secundária, a Escola Secundária José Falcão, herdeira anteriores designações e por onde passaram muitos alunos e professores, futuros presidentes da República, homens da Cultura e de Estado, grandes poetas e escritores, músicos, cientistas, reitores, centenas de professores, milhares de homens e mulheres que fizeram o Portugal de hoje.

As instalações foram projetadas pelo gabinete do arquiteto Carlos Ramos e classificado pelo IGESPAR como Monumento de Interesse Público. É um edifício referência obrigatória do modernismo em Portugal. Obedecia, na época, às modernas conceções europeias do espaço liceal – normas rigorosas de higiene escolar (materiais utilizados, luminosidade, capacidade dos diversos espaços) e correspondia às exigências de um plano pedagógico que contemplava as áreas das Humanidades, das Ciências, das Artes Oficinais e da Educação Física. Ainda hoje preserva o equipamento original dos laboratórios (do século XIX).