Pedro Passos Coelho: “quem alterou consenso na lei da imigração foi este Governo”

19 de setembro de 2017
PSD

Sobre a supervisão financeira, desafia o Governo a dizer se quer consenso ou simplesmente chumbar as propostas social-democratas

Começa a ser excessiva a maneira como o primeiro-ministro desconversa sobre as coisas que são importantes em Portugal”, afirmou esta terça-feira Pedro Passos Coelho, em Viana do Castelo, referindo-se às acusações de António Costa quando o líder social-democrata alertou para a necessidade de se avaliarem as alterações recentemente realizadas na lei da imigração.

Quem alterou o consenso que existia em Portugal com a lei da imigração foi este Governo que cedeu ao BE e ao PCP para fazer esta alteração”, acusou, para logo explicar que “a lei que existia estava consensualizada no País”. Disse não se lembrar de ouvir dizer, antes das alterações realizadas, que “vivíamos num país xenófobo ou fechado ao exterior”. Tal como salientou, Portugal é “tolerante e aberto”, mas importa garantir a segurança. Referindo que na Europa se tomam medidas de reforço, questionou: “nós cá, porque temos na Geringonça partidos radicais, devemos pôr em risco a segurança, só porque há pessoas que querem a rutura com um consenso que sempre existiu?”.

De acordo com o líder social-democrata, apesar de ter sido solicitada informação ao Governo sobre o parecer do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) quanto à alteração da Lei dos Estrangeiros, e apesar de já ter sido feita referência ao mesmo na comunicação social, o Governo não teve ainda “o cuidado de enviar essa informação”. “Hoje soubemos que dispararam os pedidos no SEF, mas sobre isso o Governo também não diz nada”, criticou, salientando ser necessário averiguar que impacto as alterações feitas terão na segurança do País.

 

Supervisão financeira: relatório indica “alterações profundas

Espero que, desta vez, não voltemos à mesma conversa, em que o PSD apresenta propostas”, para depois o PS chumbar “e o primeiro-ministro vir acusar o PSD de não apresentar nada para o futuro”, esclareceu Pedro Passos Coelho, referindo-se às propostas que os social-democratas entregaram no Parlamento com vista à melhoria da supervisão financeira. “O Governo não quis ficar de fora e ontem apresentou um relatório sobre esse assunto”, afirmou, denunciando que “são avançadas várias ideias que alteram significativamente a estrutura de supervisão em Portugal”. Reiterou: “não são aperfeiçoamentos, são alterações profundas”.

Segundo informou, a matéria da supervisão financeira surge como “uma espécie de teste ácido à vontade do governo em manter consensos”, se “quer simplesmente chumbar as propostas ou se quer responder, mostrando qual é a abertura que tem para as ideias que nós apresentámos”. Tal como destacou, “a conversa enganosa [do atual Executivo] tem de ser desmascarada”.

Pedro Passos Coelho voltou a acusar o Governo de manter obras consensualizadas na prateleira, como a ligação do Porto de Viana do Castelo à A28 que ainda não aconteceu, apesar do presidente de câmara em exercício ser do mesmo partido que está no Governo. Esta e outras obras mantiveram-se por fazer “para que o Governo pudesse dizer aos portugueses que tinha feito um milagre que não fez”, acusou, acrescentando todo o desinvestimento ocorrido nos últimos dois anos no âmbito da saúde, educação ou segurança. Reiterou que quem governa “só gosta de dar as boas notícias e esconde as outras”. “Um governo pode fazer as opções que pretender, mas tem de as assumir com transparência, não pode dar às pessoas a ideia de que faz o milagre socialista”, ironizou.

 

Viana do Castelo: “fazer mais e melhor

O Presidente do PSD esteve esta terça-feira em Viana do Castelo para um jantar autárquico com os candidatos ao município. Destacou todo o trabalho que foi feito e afirmou que o mesmo tem acontecido “não a pensar no PSD, mas no interesse da Câmara de Viana do Castelo, de todos os munícipes e nas pessoas que devemos servir”. Dirigindo-se a Hermenegildo Costa e a todos os que o acompanham, afirmou que se trata de uma “luta por uma mudança em Viana do Castelo”. “Temos de fazer mais e melhor”, acrescentou.