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Pedro Passos Coelho acusou o Governo de dar com uma mão para, depois, tirar com a outra. O líder dos social-democratas interveio, esta segunda-feira, na primeira conferência do ciclo “Economia Hoje, Futuro Amanhã”, uma iniciativa do Núcleo de Estudantes de Economia da Associação Académica de Coimbra.
Ao abordar o tema “Orçamento do Estado 2018”, Pedro Passos Coelho explicou que existe “uma espécie de redistribuição da maneira como o Estado dispõe os impostos” e que “o Estado continua a ir buscar cada vez mais recursos à Economia”. Segundo disse, atualmente “faz-se o alívio em sede de IRS (fazendo desaparecer totalmente a sobretaxa do IRS e fazendo uma discriminação com a introdução de dois novos escalões), mas depois vai-se buscar praticamente o mesmo na receita que se estima com os impostos indiretos”.
PCP e BE ameaçam, mas não concretizam
O líder dos social-democratas lembrou a crise na Grécia e, por conseguinte, as posições dos partidos de esquerda a exigirem ao Executivo português que, à data, adotasse o “mesmo procedimento” do assumido pelo Governo grego. Hoje em dia, a Grécia, “foi apagada dos [seus] discursos”, disse, recordando a situação económica do país.
Segundo defendeu, PCP e BE ameaçam o Governo, “mas não concretizam”. Explicou, assim, que comunistas e bloquistas “vão dizendo que o Governo não devia ceder tanto à União Europeia ou à Comissão Europeia, que devia gastar mais, que a obsessão pela redução do défice e da dívida não devia ser tanta, que até se devia reestruturar a dívida, sendo que uma parte dela está cá dentro, reestruturá-la era não pagar, era deixar falir os bancos, a segurança social e por aí fora”. “Seria o desastre completo”, alertou.
Assinalando que PCP e BE parecem querer “manter uma certa linha de coerência com o que diziam no passado”, Pedro Passos Coelho reconheceu que, mesmo que evidenciem uma certa conformidade “nesta maneira de pensar”, “na prática ninguém deita o Governo abaixo porque o Governo faz o contrário”. Referiu tratar-se de algo positivo, já que “não teria interesse nenhum que o País voltasse a uma situação como aquela que viveu”.