Últimas notícias
No jantar de Natal do Grupo Parlamentar do PSD, o líder social-democrata relembrou que este foi um ano em que Portugal viveu duras tragédias ampliadas pelo falhanço do Governo que continua a viver do facilitismo e imediatismo, fechando-se em si próprio, sem ideias de futuro para Portugal e para os portugueses. Pedro Passos Coelho relembrou, ainda, que o País pode contar sempre com o sentido de Estado e visão de futuro do PSD, valores pelos quais sempre lutou e pautou a sua conduta à frente do Partido e de Portugal
“Este é um ano que está a terminar e do qual não podemos ter boas lembranças, pelo que as primeiras palavras têm de ser para expressar, junto de todos os que perderam os entes queridos, uma palavra de solidariedade perante uma tragédia não imaginável”, afirmou Pedro Passos Coelho esta terça-feira, referindo-se aos incêndios de outubro e de Pedrógão Grande, onde só agora começam a ver os primeiros sinais de reconstrução.
No entanto, tal como o Presidente do PSD relembrou, a reconstrução a que temos vindo a assistir foi feita na sua maioria pela sociedade civil, com o Estado a continuar a falhar nas suas valências, falhas essas que “tornaram a tragédia maior do que se supunha. Ao fim de meio ano, o Estado continua a mostrar que não tem condições para responder às exigências da sociedade civil, que se mobiliza para que o País não pareça demasiado padrasto aos seus.”
Também na Autoeuropa, o Governo continua a provar que não está à altura das suas funções. Estudada como caso de sucesso durante o governo de Pedro Passos Coelho, concluiu-se que duas das grandes valências da fábrica eram “o nível de produtividade e o clima de diálogo e estabilidade do ponto de vista das negociações com os trabalhadores”, reiterou o líder social-democrata. Foram estas as características decisivas para que se garantissem novos investimentos para o modelo que está agora em produção. Agora, tal está em causa, “desde que o PCP e BE têm visto o seu papel com maior poder, através do PS e do Governo. Não sei no que vai dar este processo, espero que possam preservar o modelo. Mas não é por vontade deste Governo que o modelo, que podia ter inspirado uma reforma laboral sem conflitualidade”, será promovido.
“Portugal tinha uma oportunidade histórica para aproveitar as oportunidades”
O PSD sempre foi um partido reconhecido pela sua visão de futuro e espírito reformista. Não foi por acaso que, durante o Executivo de Pedro Passos Coelho, Portugal viu reformas que fizeram com que o País retomasse um ritmo de crescimento, que baixasse a taxa de desemprego e se criasse confiança e otimismo no futuro.
“Nós enfrentámos esforços muito sérios para vencer desequilíbrios, fomos removendo estrangulamentos ao País. O termo reformas estruturais acabou por ser banalizado, ou associado a dificuldades. Mas se elas foram feitas em tempos de dificuldades, foi porque os políticos não fizeram as reformas na altura adequada”, acusou. Tal como Mário Centeno afirmou em entrevista a um jornal estrangeiro, hoje é tempo de beneficiar dos esforços realizados, nomeadamente ao nível da legislação laboral. E Portugal pode destacar-se nos benefícios destas reformas, partindo do princípio de que não são revertidas. Tal como Pedro Passos Coelho afirmou, “este era o tempo de o ministro das Finanças persuadir o Governo de que está na altura de colher os benefícios dos esforços e pôr em prática reformas que podem acrescentar futuro”.
Mas o atual Governo vive para o curto prazo. “Estamos a assistir a uma maneira de fazer política que não é nova. Já a vimos na nossa história”, denunciou. O Governo do PS institui uma política “neocorporativa, em que segmenta as ofertas a capturar os cidadãos como clientes. A política é a capacidade de pensar nos outros e no interesse do coletivo acima do interesse próprio. É imperdoável que cada um se ponha numa posição egoísta. A partir do momento em que o Estado tem uma maneira de estar em que negoceia no mercado da política, em que cada cidadão tem de ser convidado por quem está no Governo a escolher uma oferta especial, pode ser pensionista, desempregado, estudante, trabalhador, estamos no leilão da política, em que quem está no Governo fideliza os clientes”.
Tal como o líder do PSD afirma, este é um “instrumento de alienação democrática” que tem de ser denunciado. Estamos perante um Estado “cada vez mais endogâmico. A cada substituição, fecham-se sobre si próprios e mostram estar mais preocupados em concertar-se do que em afirmar-se sobre o futuro do País”.
Pedro Passos Coelho: um legado de sentido de Estado
No jantar de Natal do Grupo Parlamentar do PSD, a bancada laranja não quis deixar de homenagear o atual presidente do Partido, relembrando o seu legado e tudo o que fez para deixar um País melhor do que encontrou e para melhorar as condições de vida dos portugueses.
Ao agradecer, o próprio relembrou que ocupa este cargo há quase oito anos, pelo que “a decisão que anunciei me parece cada vez mais acertada. O caminho que percorremos em conjunto fecha um ciclo e abrirá um outro, em que o País estará no centro da atenção do PSD, e terá um suporte humano eleitoral significativo no País”.
O líder social-democrata reiterou que espera que o PSD “venha a ser Governo quando o País dele precisar. O País precisa da força reformista do PSD para ampliar as suas possibilidades no médio e longo prazo. E esse é o exercício da política que vale a pena ser feito”.
Tal como afirma, a política não é “viver no imediatismo e viver da conjuntura. Não podemos cair na visão de esperar que o tempo passe e ir assinando o ponto. A política é mais do que esta visão curta. Precisamos de aproveitar as oportunidades que a vida nos traz, devemos viver cada dia intensamente, e temos de olhar para o futuro. É ele que faz de nós o que somos. Somos hoje não porque fomos ontem, mas porque queremos ser amanhã”.
É esta a história do PSD, na nossa “maneira de estar, na forma como o nosso Partido foi exercendo o seu papel político e cívico. Sei que o PSD será sempre um Partido relevantíssimo dentro das escolhas que o País possa vir a fazer, pois foi sempre um partido que conseguiu pressentir o futuro e aplicou uma política de futuro. Sinto uma enorme honra em ter podido estar como líder e ter podido ter a vossa confiança. O que conseguimos foi coletivo, de muitos, a quem agradeço.”
Hugo Soares: “Pedro Passos Coelho deu-nos uma grande lição de coerência”
Hugo Soares dirigiu, no jantar de Natal do Grupo Parlamentar do PSD, uma palavra de gratidão ao Presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, pelo que apelidou de “legado”. “Obrigado, por aquilo que fizemos juntos com os portugueses nos últimos seis anos. E peso bem as palavras quando digo seis anos: foram os quatro em que fomos governo e estes dois da oposição”, afirmou o líder parlamentar.
Hugo Soares recordou que Pedro Passos Coelho liderou “um projecto político na mais difícil conjuntura que Portugal viveu desde o 25 de Abril”. Partindo de uma situação de quase bancarrota e, conseguiu colocar “o País a crescer, a criar emprego”.
De acordo com Hugo Soares, “ninguém, dos que governam hoje, faz mais do que a sua obrigação de continuar a aproveitar aquilo que foi feito pelo PSD e pelo CDS no governo”. “Às vezes parece que quem reduz o défice 1% está a fazer uma coisa extraordinária, o que se diria de quem reduziu o défice de 11 para 3%”, disse.
O presidente da bancada parlamentar sintetizou depois as “grandes lições” que Pedro Passos Coelho deu ao PSD e ao País. “A primeira foi a forma como combateu, como ninguém, os interesses e os privilégios injustificados da nossa sociedade e da nossa economia”. "A forma como saiu do Governo deu-nos a todos uma grande lição de coerência: era bem mais fácil para ele fazer aquilo que muitos lhe diziam: 'dispa lá o casaco de primeiro-ministro, tire lá o pin que traz ao peito", recordou. “Era mais fácil para ele ter entrado na demagogia fácil, no eleitoralismo que muitos outros, em várias ocasiões, têm utilizado”, acrescentou.
“Pedro Passos Coelho deu-nos a todos uma grande lição de coerência, e essa lição de coerência de fazer na oposição aquilo que defendia quando governava, essa lição de estar na vida pública de forma diferente é – a par de todas as transformações que estávamos a fazer no País, e a maior de todas, a transformação cultural - o maior legado que deixa ao País e ao PSD”, disse Hugo Soares.
“Muitos confundiram obstinação com convicção, muitos julgavam que estávamos perante um primeiro-ministro pouco preparado, e rapidamente perceberam que tínhamos a governar o País e à frente do PSD uma das pessoas que melhor se preparou para exercer as funções de primeiro-ministro, muitos acharam que ia claudicar à primeira dificuldade. E no momento em que sai, sai porque quer e porque entende que assim é melhor para o partido e para o país”, referiu.
Falando sobre o futuro do PSD, Hugo Soares reafirmou que não tem dúvidas de que qualquer um dos candidatos está em melhores condições para governar do que António Costa.