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O Governo mostra falta de credibilidade, não tem um plano, nem estudos técnicos que fundamentem a decisão política de transferir a sede do Infarmed para o Porto, afirmou Miguel Santos, deputado do PSD, considerando que houve “falta de credibilidade no anúncio” de deslocalização da sede da autoridade do medicamento para o Porto.
Na audição pedida pelo PSD ao ministro da Saúde, esta quarta-feira no Parlamento, Miguel Santos recordou que há aspetos por explicar. É necessário perceber primeiro qual o custo da transferência do Infarmed, onde se vai instalar e o que acontece à instituição durante o período de transferência. “Quando é que vai o Infarmed para o Porto? Quais são as implicações? Qual o custo? Onde se vai instalar? O que acontece com a certificação dos laboratórios e dos serviços que permitem que o Infarmed concorra a prestações internacionais?”, interrogou o deputado.
Para o vice-presidente do Grupo Parlamentar do PSD, não há qualquer plano, nem estratégia, nem fundamentação. “Não existe nada, é zero”, sublinhou Miguel Santos. “Está tomada a decisão política e agora, diz o Governo vai haver uma fundamentação técnica que vai confirmar ou contrariar a decisão política. Isto é puro non sense. Os técnicos sobrepõem-se aos políticos que devem tomar as decisões. Assumir as decisões é uma coisa que ao senhor ministro lhe causa alguma dificuldade”, lamentou.
Miguel Santos apontou, ainda, a contradição entre a posição do ministro da Saúde e as afirmações da presidente do organismo. “O senhor ministro foi desmentido categoricamente pela senhora presidente do Infarmed”, especificou Miguel Santos, recordando as declarações da presidente da autoridade nacional do medicamento, apanhada de surpresa pelo anúncio de Adalberto Campos Fernandes.
Para o deputado do PSD, a transferência da sede do Infarmed para o Porto revela uma enorme “trapalhada”. “Como a decisão é sua [do ministro da Saúde], a falta de credibilidade também é sua”, sintetizou.