Governo está a trabalhar para a redução da carga fiscal

21 de setembro de 2014
PSD

“Não há ninguém no Governo que não esteja a trabalhar
firmemente para esse propósito [redução da carga fiscal] ser alcançado. Se
teremos ou não condições, já em 2015, para remover algumas destas medidas de
caráter extraordinário - uma vez que outras já começámos a remover - é uma
questão que a realidade nos dirá se é possível ou não”, afirmou Pedro Passos
Coelho

“Seja como for, o nosso propósito tem que ser só um, fazê-lo
de acordo com a realidade do país, para não acontecer em Portugal o que
aconteceu em 2009, quando em vésperas de eleições um Governo entendeu que devia
baixar os impostos, subir os ordenados na função pública e passado dois anos estávamos
a pedir ajuda externa”, continuou Passos Coelho, afiançando que isso não fará
“seguramente”.

O também líder do PSD falava aos jornalistas antes do
Conselho Nacional do partido, órgão máximo entre congressos, que discute o
relatório “Territórios de baixa densidade/territórios de elevada
potencialidade” e analisa a situação política.

“Creio que os parceiros sociais, de um modo geral, têm dado
um contexto construtivo para esse diálogo [aumento do salário mínimo] e nós
esperamos a muito breve prazo poder tomar uma decisão nessa matéria, na certeza
de que teremos de encontrar aqui um consenso quanto ao que devem ser
atualizações futuras do valor do salário mínimo nacional que tem que estar
relacionado com o crescimento da produtividade no país”, disse Pedro Passos
Coelho.

Para Pedro Passos Coelho, as atualizações do salário mínimo
nacional não devem estar relacionadas “com outros aspetos que, por mais justos”
que possam parecer à primeira vista, “sejam totalmente irrealistas e ponham em
causa o crescimento do emprego e a sustentabilidade das empresas, sem o que não
haverá salários nenhuns que possam ser assegurados na economia”.

Notando que atualmente existem condições que não havia
“nestes últimos três anos para poder fazer uma revisão do salário mínimo
nacional”, o chefe do Governo reiterou que essa revisão tem de ser feita “de
forma a não pôr em perigo a sustentabilidade das empresas e, portanto, não
gerar desemprego para futuro”.

Segundo Pedro Passos Coelho, “as empresas devem apostar
muito, sobretudo, na melhoria da sua produtividade, incorporando mais inovação,
procurando casar mais rapidamente aquilo que são as inovações científicas e
tecnológicas com aquilo que são os seus processos produtivos, de maneira a
poder afirmar-se competitivamente, não através de custos salariais muito
baixos, mas através de qualidade dos seus produtos, dos seus serviços”.

“Em Portugal, no passado, houve claramente uma estratégia
que, basicamente, começou nos anos 60, mas que se prolongou durante alguns
governos em Portugal depois do 25 de abril que apontava claramente para que
Portugal pudesse atrair investimento estrangeiro, sobretudo, atraído pelos
baixos salários que o país praticava”, continuou o primeiro-ministro.