“A estratégia económica do Governo não está a corresponder ao prometido"

8 de setembro de 2016
PSD

Esta Quinta-Feira, 8 de Setembro, a vice-presidente do PSD participou numa conferência em Atenas, organizada pelo partido Nova Democracia, e afirmou que Portugal está atualmente pior do que o que "podia e devia", com vários indicadores económicos em queda após anos de recuperação económica.

Convidada para estar em Atenas pelo partido grego Nova Democracia e transmitir a sua experiência enquanto Ministra das Finanças durante o XIX Governo Constitucional de Portugal, Maria Luís Albuquerque partilhou a sua vivência como governante mas contextualizou também perante algumas centenas de gregos a atual situação política e económica portuguesa.

O país "está pior do que o que podia e devia", com um "crescimento menor do que no ano passado, as exportações a crescer a um ritmo mais lento e o investimento a cair", sustentou Maria Luís Albuquerque.

"Não surpreendentemente, a estratégia económica [do atual Governo] não está a corresponder ao prometido", sublinhou a vice-presidente do PSD.

Maria Luís Albuquerque lembrou os gregos que o PSD - aliado ao CDS-PP - venceu as eleições do ano passado "após implementar um programa de ajustamento muito difícil, mas sempre dizendo a verdade às pessoas".

"Precisamos de políticos corajosos que digam a verdade", prosseguiu.

Sobre o atual governo, Maria Luís sublinhou que a reversão de reformas estruturais tem vindo a fazer cair a "confiança e credibilidade" de Portugal, nomeadamente na "imprensa internacional, agências de ‘rating' ou fazedores de opinião".

"Bem sei que tudo isto soa demasiado familiar para vocês", disse, dirigindo-se aos cidadãos helénicos, mas mostrando confiança em ambos os países e na estratégia quer do PSD quer da Nova Democracia.

Em relação ao Orçamento do Estado (OE), a vice-presidente do PSD insistiu na ideia de que a aprovação do OE, cabe em exclusivo aos partidos que apoiam no parlamento o Governo do PS.

"Aquilo que o PSD tem dito e repetido, nomeadamente através do seu presidente, é que a responsabilidade da preparação e aprovação do Orçamento é da maioria e não da oposição. O Orçamento é o instrumento primeiro da governação e quem suporta o Governo é que tem essa responsabilidade de preparar um Orçamento e o fazer aprovar no parlamento", a vice-presidente do PSD.

Questionada sobre os dados económicos portugueses, e a estratégia do atual executivo, Maria Luís Albuquerque sustentou que "neste momento" já não são discutidas "expectativas ou previsões", antes "resultados concretos que são observáveis" e preocupantes.

"A estratégia de apostar no consumo e na procura interna já deu muito maus resultados no passado e infelizmente está a correr mal novamente", frisou.

Maria Luís Albuquerque ainda vincou que "o que é importante para o PSD é que as coisas corram bem para o país", e um cenário de eventual vitória futura do partido em eleições após perturbações económicas no país não é desejável.

"Ganhar eleições porque o partido anterior, que governou antes de nós, voltou a colocar o país numa situação de bancarrota, é algo que no PSD ninguém deseja", disse.