Educação foi “moeda de troca” para Bloco “ocupar o poder”

24 de fevereiro de 2017
PSD

Amadeu Albergaria, deputado do PSD, acusou, esta sexta-feira, o Bloco de Esquerda (BE) de fazer um exercício “de pura hipocrisia política” e “mais uma peça de teatro”, sobre a escola pública.

O país reage à falta de condições, de funcionários e de verbas nas escolas. “São problemas criados pelo Bloco”, acusou o deputado social-democrata e o “resultado direto” do “desgoverno” deste Governo. “Os alunos portugueses” foram usados, pelo Bloco, “como moeda de troca para ocupar o poder”.

A preocupação que os bloquistas manifestam hoje em relação à educação não se coaduna com “o problema que criaram”, referiu Amadeu Albergaria, em plenário parlamentar. “Os senhores assobiaram para o lado enquanto o ministro, desde fevereiro de 2016, mais não faz do que desvalorizar as carências, acusar escolas e recorrer abusivamente a horas de limpeza para tentar ocultar o óbvio: foi este Governo, e não o anterior, que agravou a falta de assistentes operacionais”. Apesar de, há um ano, o PSD ter alertado o Ministério da Educação, de que “seriam necessários no mínimo 2000 funcionários do que em 2015”, nada foi feito. “A culpa é do ministério que tutelam”, por isso, “resolvam o problema que criaram”, defendeu Amadeu Albergaria.

De acordo com o social-democrata, o BE é cúmplice em vários problemas: “na falta de manutenção das escolas”; “pelo abrandamento da atividade da Parque Escolar”; “no atraso, na fuga à responsabilidade e na chantagem do Governo sobre os municípios para as obras das escolas mapeadas para Fundos Comunitários”.

O PSD critica este “novo tempo”, em que "tudo isto é compreensível, tudo isto é aceitável, tudo isto é desculpável porque a escola pública é propriedade privada do BE, do PCP e do PS”. Para o BE, agora já não são urgentes os temas da educação de adultos, do abandono escolar precoce, que aumentou pela primeira vez em seis anos, das famílias carenciadas e da educação pré-escolar. “Há um silêncio cúmplice, pela duplicidade de critérios, desta extrema-esquerda”, denuncia o deputado.

O silêncio foi “comprado pelo PS” que, agora que está no poder, parece ter esquecido “o seu próprio passado”, através de medidas como o “fim da avaliação externa no final dos ciclos”; “o fim da possibilidade de certificação de inglês”; “a prova dos professores”.

Além dos retrocessos registados, os sociais-democratas acusam o Governo de apostar em mudanças constantes, em detrimento da estabilidade pedida pela comunidade educativa. Exemplo disso são a redução nas horas para Matemática e Português e as alterações em programas, currículos ou metas.

“Os senhores não querem cidadãos que pensem pela própria cabeça, o que os senhores querem é trazer a ideologia para dentro das escolas”, rematou Amadeu Albergaria, salientando que “o que interessa é reverter”.