Economia: Portugal está a crescer menos e a afastar-se dos países parceiros

16 de janeiro de 2018
PSD

Imposto, Autoeuropa, Brexit ou alojamento local foram alguns dos assuntos que, esta terça-feira, motivaram questões ao ministro da Economia. Segundo alertou o PSD, Portugal está a “crescer menos” e os “portugueses a afastar-se dos indicadores médios da União Europeia

 

Continuamos a crescer menos do que os nossos parceiros”, alertou Emídio Guerreiro, esta terça-feira em audição ao ministro da Economia, na Assembleia da República (AR). Defendeu que o retrato de “aparente boa situação” feito por Caldeira Cabral “resulta muito mais dos ventos dos nossos parceiros que vão empurrando [o País] do que, propriamente, da nossa capacidade”. Esclareceu, assim, que a economia portuguesa está a “divergir”, quando deveria convergir. Questionou o ministro a propósito do imposto sobre os produtos petrolíferos, a Autoeuropa e o Brexit.

De acordo com o social-democrata, “os portugueses continuam a afastar-se daquilo que são os indicadores médios na União Europeia, do ponto de vista da economia, qualidade de vida e do bem-estar”. “É urgente que deixe de ser assim”, referiu, acrescentando que o País deve “aproveitar bem os ventos favoráveis dos nossos parceiros, para nos aproximarmos do que é, de facto, aquilo de que necessitamos”.

 

Imposto, Autoeuropa e Brexit

Emídio Guerreiro lembrou “mais um aumento do imposto sobre os produtos petrolíferos e energéticos”, evocando o momento em que, há dois anos, foi apresentado “como sendo transitório”. “Rapidamente passou a imposto definitivo”, denunciou, sublinhando as “implicações que isto tem na vida dos portugueses e, sobretudo, das pequenas e médias empresas, em que os custos de transporte têm peso”.

Argumentou, por isso, que “o Governo não está a facilitar nos custos de contextos, mas a agravá-los”. Alertou, desta forma, para as consequências que medidas como esta têm “no crescimento e desempenho das empresas e indústrias”. E desafiou o ministro a responder se “quer, ou não, ajudar as pequenas e médias empresas”.

A propósito da Autoeuropa, o deputado do PSD disse que, “pelas sinergias que traz e pelo peso que tem na economia, começa a ser tempo de os portugueses e a AR perceberem qual é o plano” do Governo. Lembrou que representantes da UGT alertaram, recentemente, que há, noutro país, uma empresa “que está parada à espera do que se passará em Portugal”. “Isto significa que algo está a acontecer”, sublinhou.

Sobre o Brexit, Emídio Guerreiro assinalou a importância de o País saber “se há alguma coisa que está a ser feita”, pois “há muitos interesses que devem ser salvaguardados”. “Já decorreu mais um ano, o Parlamento aprovou mais uma resolução no sentido de que o Governo comece a estudar as implicações”, apontou, acrescentando que “estamos a falar de um país que é o nosso parceiro comercial mais antigo”.

 

Alojamento local: ministro “guarda silêncio comprometido perante ameaças do PS, BE e PCP

Também Cristóvão Norte denunciou o “retrato idílico da economia portuguesa” levado ao Parlamento por Caldeira Cabral. “Em 2018, de acordo com todas as previsões, Portugal irá divergir ao invés de convergir que era o que seria desejável”. O deputado referiu-se, contudo, ao “notável crescimento que o Turismo tem registado”, “um dos motores de crescimento e criação de emprego”. Introduziu, assim, o tema do alojamento local que, segundo afirmou, “responde hoje por um terço das ofertas de dormidas” e “tem sido determinante para a maior operação de reabilitação e que há memória”.

O sr. ministro anota estes resultados e vangloria-se por ele”, criticou o social-democrata. “Por outro lado guarda um silêncio comprometido perante as ameaças que o PS, BE e PCP têm feito ao alojamento local, as quais visam o objetivo inconfessável de o erradicar ou, na melhor das hipóteses, de reduzir a oferta”, salientou.

De acordo com Cristóvão Norte, “se não houvesse alojamento local não teríamos capacidade para responder à procura a que o País tem sido sujeito”. No entanto, medidas como aumento de impostos “têm sido prejudiciais”, disse. Desafiou, ainda, o ministro da Economia a explicar “detalhadamente” aos grupos parlamentares, que apresentaram “propostas contraditórias” ao que o próprio tem defendido, “qual a importância do alojamento local e as razões pelas quais as propostas são tão irreconciliáveis com o que o próprio governo traça”.