Contaminação da Ilha Terceira: “Açorianos requerem uma ação imediata”

12 de dezembro de 2017
PSD

Estamos, sem dúvida, perante o maior desastre ambiental dos Açores e, porventura, também do País, com consequências gravíssimas na saúde, na qualidade de vida, na economia e, de forma particular, no turismo”, reforçou esta terça-feira Berta Cabral, na audição ao ministro dos Negócios Estrangeiros sobre a Base das Lajes. A deputada referia-se “à problemática da contaminação dos solos e aquíferos da Ilha Terceira decorrentes da presença das forças militares norte-americanas na Base das Lajes”.

Segundo afirmou, “esconder um problema desta dimensão e não fazer nada para o resolver é, no mínimo criminoso”. A social-democrata disse que os “açorianos requerem uma ação imediata” e que “não se pode esperar mais tempo”. “Se os americanos não correspondem, tem de ser o Governo português a fazê-lo”, apontou. Esclareceu que os deputados do PSD eleitos pelos Açores “têm, reiteradamente, suscitado esta questão desde o início do mandato”.

Berta Cabral lembrou que, na próxima semana, se realiza mais uma reunião da Comissão Bilateral Permanente. Considerando que a reunião realizada em maio “foi absolutamente insatisfatória” e que o próprio presidente do governo regional “pediu intensamente a intervenção do Governo nacional”, reiterou que se exigem “soluções rápidas e se deixe de apresentar desculpas”. O Executivo “tem de ser muito firme, sob pena de assumir a resolução deste passivo ambiental”, acrescentou, sublinhado que o PSD não largará este assunto.

 

O governo regional negligenciou esta questão

De acordo com a deputada, “este assunto arrasta-se desde 2005”. “Num estudo realizado pelos norte-americanos foram identificados vários locais contaminados com hidrocarbonetos e metais pesados”, explicou. “O governo regional negligenciou esta questão”, acusou, acrescentando: “diria mesmo que a escondeu durante vários anos, preferiu ignorá-la por conveniência político-partidária”. Este problema apenas adquiriu dimensão nacional em 2012, tendo-se à data iniciado o processo de descontaminação.

Depois das primeiras intervenções, têm sido insignificantes os avanços nos últimos anos”, assegurou Berta Cabral. Referindo-se à visita da Comissão de Ambiente aos Açores, disse que foi possível constatar que “não há um plano de ação de médio e longo prazo, a empresa [contratada pelos norte-americanos] limita-se, mediante contrato anual, a monitorizar os níveis de contaminação, sem aplicar qualquer medida de reabilitação ambiental”. Classificou, portanto, esta situação de “surreal”.