CGD: Portugueses devem saber quais as responsabilidades políticas

24 de fevereiro de 2017
PSD

Foi à margem da 14.ª da Essência do Vinho, no Porto, que o Presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, afirmou que a nova comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos (CGD) pretende analisar “a forma como decorreu uma negociação que o Governo não assume com transparência”.

"Há uma negociação que o Governo não assume com transparência e que nós gostaríamos que fosse absolutamente clara para os portugueses em termos de responsabilidade e é isso que se vai tentar apurar", afirmou o Líder do PSD.

"Do nosso ponto de vista, o trabalho que podia ter sido feito na comissão que já existe acabou por não ser consentido ao nível do parlamento, mas não há nenhuma razão para que os portugueses não saibam exatamente quais são as responsabilidades políticas que estão na origem quer na negociação que foi feita com o anterior presidente da CGD, quer com aquilo que determinou depois a sua demissão", disse Pedro Passos Coelho.

Em declarações aos jornalistas, Pedro Passos Coelho salienta que “a primeira comissão de inquérito ainda aguarda que sejam fornecidos os dados de informação indispensáveis para que a comissão possa fazer o seu trabalho”.

“Fora das audições, a comissão não recebeu qualquer elemento material que permita aos deputados responder à questão porque é que a Caixa precisa de tanto dinheiro. Não recebeu porque a própria CGD e o Governo se recusam a dar essa informação”.

Offshore

Questionado sobre o caso das “offshore”, o Presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, disse que se necessária", a criação de uma comissão de inquérito para "apurar toda a verdade".

"Só quando tivermos oportunidade de averiguar é que vamos perceber. Até lá o meu princípio é o mesmo: não ponho o carro à frente dos bois e não tiro conclusões precipitadas. O que posso dizer é que estou tão à vontade nesta matéria que não posso se não incentivar a procura da verdade e facilitar, seja através das audições no parlamento, seja, se for necessário, com a criação de uma comissão de inquérito, o apuramento de toda a verdade”, justificou.

Pedro Passos Coelho frisou que enquanto esteve no Governo teve "uma ação muito forte de combate à evasão fiscal e à fraude fiscal".

"Isso para mim é impensável (…) Eu não estou a tentar ganhar tempo. Eu faço nesta matéria o que o atual Governo está a fazer com a Caixa Geral de Depósitos. Eu estou a dizer que nunca ouvi falar desse assunto, julgo que o atual Governo também foi prevenido pela Autoridade Tributária, quanto a essas inconsistências e é preciso apurar. Se eu estivesse no Governo era o que estava a fazer", concluiu.