CGD: Portugal deve saber a verdade

14 de fevereiro de 2017
PSD

Pedro Passos Coelho espera que Portugal “não fique dispensado de perceber o que se passou” no que diz respeito ao processo Caixa Geral de Depósitos (CGD). Neste sentido, o PSD vai pedir esclarecimentos na Comissão Parlamentar de Inquérito. Os sociais-democratas apresentaram um requerimento em que pedem a transcrição das mensagens trocadas entre António Domingues e Mário Centeno.

O Governo quis fazer uma retórica que não corresponde à verdade, nem sobre o que se passa na Caixa, nem sobre as necessidades que poderiam determinar a sua recapitalização”, afirmou hoje o presidente do PSD, defendendo a necessidade de transparência, a fim de que a verdade seja apurada. Para Pedro Passos Coelho, as declarações tanto do ministro das Finanças como do primeiro-ministro “não foram convincentes”.

Importa, agora, perceber “porque é que estamos há um ano sem a Caixa ter uma administração que possa gerir com sentido estratégico o banco, porque é que o nível de recapitalização com mais cinco mil milhões de euros é necessário, quais foram os prejuízos que determinaram essas necessidades de recapitalização, quando é que essas decisões foram tomadas, em que termos foram tomadas e em que medida os prejuízos afetam o défice público", reiterou o presidente do PSD.

 

Qual é a “extensão da mentira”?

O vice-presidente do grupo parlamentar do PSD, Hugo Soares, explicou que o pedido de transcrição das mensagens trocadas entre António Domingues e o ministro das Finanças pretende perceber a “extensão da mentira de Mário Centeno” e averiguar qual o envolvimento do primeiro-ministro.

O requerimento deu hoje entrada na comissão parlamentar de inquérito à gestão da Caixa Geral de Depósitos, “pedindo ao doutor António Domingues que faça a transcrição das mensagens escritas que terá trocado com o senhor ministro das Finanças apenas e só a propósito daquilo que a alteração ao estatuto do gestor público exclui, designadamente a questão da entrega das declarações de rendimentos”, explicou o social-democrata.

Hugo Soares recusa o argumento de que as mensagens trocadas são particulares e acrescenta que fazem parte da negociação para a escolha da administração da CGD, bem como para “a alteração de um diploma legal com determinadas consequências”. Trata-se, afinal, de “um elemento de prova como outro qualquer”, afirma salientando que são importantes para perceber não só a “extensão das mentiras”, mas também se o primeiro-ministro está, ou não, envolvido. O objetivo é fazer com que “esta novela não se arraste mais”, reforça o vice-presidente do Grupo Parlamentar do PSD.