Caso “Raríssimas”: Vieira da Silva desafiado a assumir responsabilidade

18 de dezembro de 2017
PSD

Responsabilidade existe e é tempo de a começar a assumir”, disse esta segunda-feira Clara Marques Mendes na audição ao ministro Vieira da Silva a propósito das alegadas irregularidades na associação Raríssimas. “O senhor ministro agiu tarde, todos sabemos”, acusou a deputada, explicando que a inspeção ordenada há uma semana “devia ter ocorrido há meses”.

De acordo com a social-democrata os serviços do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social receberam uma denúncia de irregularidades na Rarísimas em março último. “Porque não foi mandada fazer uma inspeção rigorosa de imediato, mas só depois de noticiada a situação?”, perguntou. Vieira da Silva afirmou, já na audição, não ter recebido “nenhuma denúncia de gestão danosa”, pelo que Clara Marques Mendes questionou: “só as que dizem gestão danosa é que são inspeccionadas?”.

A deputada do PSD lembrou que, em junho, Vieira da Silva teve conhecimento, de uma auditoria a, também, apontar irregularidades, sendo que essa informação apenas foi encaminhada para o Ministério Público. “Impunha-se, também, uma fiscalização por parte do seu ministério”, referiu a social-democrata, argumentando que o ministro tinha em sua posse “dois elementos” revelantes: uma denúncia e uma auditoria.

Clara Marques Mendes também levou à comissão a reunião com uma instituição congénere sueca, em que a Raríssimas “se intitula de fundação”. Vieira da Silva “sabia que não o era, corrigiu esta situação? Demarcou-se ou remeteu-se ao silêncio?”, interpelou. 

O PSD desafiou, assim, o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social a fazer um exercício, para lhe lançar mais um conjunto de questões: “Não acha que um ministro que fez parte dos corpos sociais de uma instituição tinha a obrigação de ter sido mais firme, rápido e intervir para evitar qualquer suspeição?; “Não devia ter agido de imediato, para que não deixasse qualquer suspeição de conivência?; Não acha que um ministro devia ter feito tudo para evitar que o alarme social existisse?”.

Aquando do início da sua intervenção, Clara Marques Mendes assinalou ser “fundamental que se prestem os esclarecimentos”, “também em nome da atividade da Raríssimas”.