BES: Marco António Costa elogia atuação do Banco de Portugal e do Governo

14 de setembro de 2014
PSD

O vice-presidente do PSD Marco António Costa elogiou hoje a
atuação do Banco de Portugal e do Governo, afirmando que “já lá vai” o tempo
“em que as instituições varriam para debaixo da carpete os problemas".

“O que se passou com uma das principais instituições
financeiras portuguesas é algo de muito relevante, com enorme impacto na nossa
economia e no nosso futuro. [...] É que, contrariando muito das práticas
antigas, o Banco de Portugal detetou o problema dentro das suas competências
legais e enfrentou o problema. Não o meteu na gaveta, nem o varreu para debaixo
da carpete”, declarou Marco António Costa, numa referência à situação no Grupo
Espírito Santo, que levou à cisão do Banco Espírito Santo (BES).

O vice-presidente do PSD falava nas Capelas, ilha de São
Miguel, nos Açores, no encerramento da primeira Universidade de verão do PSD e
da JSD/Açores.

“Eu julgo que há muitas pessoas que ainda não perceberam que
esse tempo do velho Portugal, em que as instituições de supervisão varriam para
debaixo da carpete os problemas ou os metiam numa gaveta bem fundo, já lá vai. E,
portanto, andou bem o Banco de Portugal naquilo que fez. Andou bem o Governo em
apoiar o Banco de Portugal nas decisões que foram tomadas nos termos da lei e
das competências legais”, disse Marco António Costa.

"Atuou de forma independente de todos os poderes em
Portugal e, acima de tudo, de todas as pressões que no passado aconteciam
nestas circunstâncias para se dar um jeitinho para aqui ou um jeitinho para
ali", acrescentou.

Marco António Costa frisou que este "é um novo tempo em
que não haverá soluções de primeira, nem de segunda e que cada instituição
responde pelas suas obrigações e atua dentro das suas competências não estando
à espera que outros o façam, nem omitindo a sua ação em momentos relevantes
quando lhes cabe atuar perante as circunstâncias que ocorrem".

“E é por isso que nem o Governo se substitui à supervisão,
nem sequer se intrometeu no espaço de competência própria da supervisão para
surpresa de muitos que estavam habituados no passado a uma certa promiscuidade
para estas realidades”, sustentou ainda.

O dirigente social-democrata voltou a criticar a postura da
oposição, que disse ser “negativista”, que “convive mal com as boas notícias” e
“tenta descredibilizar a ação” do Governo e referiu-se à nomeação do comissário
europeu Carlos Moedas.

"Disseram que Portugal não tinha voz e tentaram criar a
ideia de que seriamos colocados […] numa escolha de quinta categoria. A verdade
é que o engenheiro Carlos Moedas terá à sua responsabilidade uma das pastas
mais estratégicas para o futuro da Europa", disse, indicando que ao
comissário foi atribuída uma pasta "relevantíssima para o desenvolvimento
de investigação e de inovação" com "80 mil milhões de euros".

Frisando ainda que a oposição “não mostrou a mínima
disponibilidade para colaborar no trabalho feito ao longo deste tempo, disse
que também não terá “moral nas próximas eleições legislativas para vir dizer”
que contribuiu “de alguma forma para a mudança que o país está a viver”.