"200 mil jovens portugueses estiveram envolvidos nas políticas públicas da Garantia Jovem"

31 de janeiro de 2015
PSD

«A população empregada do INE aumentou 210 mil postos de
trabalho em seis trimestres», explicou Octávio Oliveira, secretário de Estado
do Emprego, nas jornadas social-democratas dedicadas à consolidação, ao
crescimento e à coesão, na Guarda. Salientando que não foi só o emprego que
cresceu mas, com ele, a qualidade do emprego, que também sentiu melhorias, o
responsável apresentou resultados concretos do caminho que este Governo fez.

O resultado de tal visão estratégica foi a queda do
desemprego de 17,7%, o seu número mais elevado (em Janeiro de 2013), para
13,4%, número confirmado esta sexta-feira pelo INE. Reflexo da preocupação do
Governo pelo emprego foi também o número de jovens envolvidos nas políticas
públicas da Garantia Jovem: 210 mil jovens portugueses, 55 mil dos quais
beneficiaram de estágios profissionais, detalhou Octávio Oliveira. O programa
de estágios garantiu emprego a 70% dos jovens. «Em 100 jovens, seis meses após
a conclusão do estágio, 70 estão a contribuir activamente para o sistema de Segurança
Social e, portanto, estão integrados no mercado de trabalho», acrescentou.

Tendo surgido no contexto do debate europeu sobre o emprego
jovem, o programa Garantia Jovem seguiu-se ao Impulso Jovem, resposta do
Governo português a esta que é uma das suas prioridades e que, a certa altura,
foi partilhada por outros Estados-membro da União Europeia, contou o secretário
de Estado.

«O Garantia Jovem é a afirmação de que os jovens devem estar
em três locais», descreveu: na escola, até ao 12º ano ou até completarem 18
anos; no mercado de trabalho, após conclusão do ciclo educativo; ou «se
porventura não for possível que esse trabalho aconteça, deverão estar a
beneficiar de uma oportunidade de formação», rematou. Entre as políticas
desenvolvidas para direccionar os jovens para cada um destes momentos, Octávio
Oliveira destacou – para além dos estágios – os cursos em escolas
profissionais, de que beneficiaram 31 mil jovens; e a aprendizagem dual do
IEFP, por onde passaram já 38 mil jovens. O responsável pela pasta do emprego
apontou ainda programas como o RETOMAR, para jovens que tenham abandonado o
ensino superior e pretendam voltar a ele; os «novos cursos técnicos superiores
profissionais» criados no ensino politécnico; e o apoio aos empreendedores que
queiram criar as suas empresas.

Numa Europa alinhada quanto à preocupação do desemprego
jovem, Octávio Oliveira destacou que, em Portugal, ao contrário do que acontece
noutros países, os jovens apoiados por estas políticas estão entre 15 e 29
anos, e não entre 15 e 24 anos.

 

«Fomos chamados a percorrer o caminho da divergência à
convergência»

Em Dezembro de 2014, o distrito da Guarda tinha 6866 pessoas
sem trabalho. «É um número elevado», reconheceu o secretário de Estado, mas «é
preciso ter consciência de que, em Dezembro de 2011», eram 7557 os habitantes
da Guarda desempregados e que, em Dezembro de 2012, este número ultrapassou
8200. Foi esta a distrital que recebeu mais uma sessão das jornadas
social-democratas, onde o secretário de Estado do Emprego reforçou a
preocupação do Governo com os mais desprotegidos. As prestações sociais,
explicou Octávio Oliveira, «aumentaram 2,7 mil milhões entre 2010 e 2015».

Recordando a «herança» que o Governo recebeu, Octávio
Oliveira desenhou o cenário português de 2011: um País com um modelo económico
baseado no endividamento das empresas, das famílias, do Estado, das autarquias.
Um modelo «que não é possível manter durante muitos anos». Portugal chegou a
ser o quarto país do mundo onde a dívida pública mais cresceu. Hoje, porém,
está a crescer acima da média europeia, percorrendo o trajecto da divergência à
convergência com a Europa.

E foram vários os momentos em que «foi possível atingir
consensos com os parceiros sociais», durante os últimos três anos e meio, em
«temas difíceis» como o aumento do salário mínimo nacional e o crescimento da
produtividade, a ele associado. Octávio Oliveira fez este balanço antes de
salientar a confiança com que os investidores olham hoje para Portugal, onde
sectores como o calçado – que tem o segundo preço mais elevado do mercado
internacional – se destacam lá fora por «factores distintivos» como o progresso
tecnológico.

Resultados como a recuperação de rendimentos pelos
funcionários públicos, a redução dos preços dos medicamentos e a actualização
constante das pensões contribuíram para a convergência e para termos hoje «um
País mais forte e solidário». «Aquilo para que estamos todos convocados é para
manter este ritmo de reformas, para fomentar a competitividade, para não
permitir que possamos voltar atrás», acrescentou o secretário de Estado na
Guarda, onde o tema dos territórios de baixa densidade, que o PSD tem
incentivado, foi mencionado pelos oradores, não fosse a coesão um dos temas em
destaque nas jornadas.

Não só coesão territorial mas também social, como destacou
António Topa, membro da Comissão Política Nacional do PSD. Recordou ainda o
défice que o Partido Socialista deixou nos 6% e que, com as surpresas
orçamentais não contabilizadas, estava nos 11%. Mas hoje, e em linha com o que
a ministra de Estado e das Finanças anunciou esta quarta-feira nas jornadas, as
contas do País são transparentes, afirmou António Topa.

Já Carlos Peixoto, presidente da Comissão Política Distrital
da Guarda, centrou o discurso do futuro não na consolidação, que marcou o
trabalho desta legislatura, mas no crescimento e no emprego. «Todos temos
razões para estar confiantes, mas a política e as vitórias só se fazem com
empenho», rematou o líder distrital.