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Rui Rio anunciou que, “em nome do interesse nacional”, o PSD vai viabilizar a proposta que o Governo apresentou ao Parlamento. No debate na Assembleia da República, o Presidente do PSD afirmou que este “Orçamento Suplementar é um Orçamento de emergência, ditado por uma situação económica, sanitária e social muito difícil”. A sua inviabilização, adianta, “originaria uma degradação enorme da qualidade de vida de todos os portugueses.”
Contudo, o líder do PSD considera que o debate deste Orçamento Suplementar fica marcado pela ausência do membro do Governo que conduziu técnica e politicamente a sua elaboração. “Falaram mais alto as clivagens e os desentendimentos internos no Governo do que o respeito institucional e político por esta Assembleia da República, que é o mesmo que dizer, pelo povo português”, assinalou Rui Rio.
Apesar de há uns escassos 8 meses atrás já ter previsto que o Ministro Centeno estava a prazo neste Governo, o social-democrata afirmou que nunca lhe passou pela cabeça que, no quadro de uma pandemia e de uma crise económica grave, “o Ministro das Finanças saísse no dia anterior à defesa do documento que visa municiar o País com as dotações orçamentais necessárias ao combate a essa mesma crise.”
“Governo admite dar à TAP quase o dobro do que dá ao SNS”
De seguida, Rui Rio frisou que há uma verba que “marca de forma altamente preocupante este Orçamento Suplementar: o valor astronómico que está destinado à TAP.” De acordo com o social-democrata, com esta proposta reforça-se, em tempo de pandemia, o SNS em 504 milhões de euros e a TAP em 946. “Admite-se, portanto, dar à TAP quase o dobro daquilo que se dá ao SNS, quando a razão de fundo desta crise é justamente um problema de saúde pública”, sinaliza.
Rui Rio lembrou que “a TAP está tecnicamente falida” e deixou bem vincada a ideia de que “a TAP não se pode tornar num outro Novo Banco; num buraco negro que continuamente vai sugando os impostos dos já tão massacrados contribuintes portugueses.”
Depois de alertar que a esta proposta de Orçamento está desenhada com base num quadro macroeconómico demasiado otimista, Rui Rio lembrou que o PSD apresentou em devido tempo as suas propostas para a retoma económica, destacando que, nesse documento, os sociais-democratas defendem que este é o momento ideal para deixarmos para trás a fama do Estado caloteiro e assumirmos a postura de pessoa de bem que paga o que deve a tempo e horas. “Temos condições de conseguir os meios financeiros necessários para pagar a quem forneceu o Estado e para injetar nas empresas a liquidez de que elas tanto estão a precisar”, concluiu.
https://youtu.be/zem7rvH0ETE