PS aliou-se ao Chega para derrubar o Governo

11 de março de 2025
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Luís Montenegro acusou o secretário-geral socialista de “descaramento”, “populismo” e de “adesão às fake news”, por recorrer às mentiras e às táticas do Chega na forma como tem feito oposição ao Governo.
“Agora usa as mesmas táticas do Chega. Há mínimos que devem ser respeitados na nossa democracia. Este comportamento não é digno da história desse partido [PS]. Isto não é sério, é chicana política e é populismo. O PS cedeu às ‘fake news’”, afirmou.
Esta terça-feira, no debate da moção de confiança ao Governo, o Presidente do PSD e Primeiro-Ministro considerou “completamente abusiva e até insultuosa a insinuação de mistura entre a atividade empresarial e a atividade política”. “Não cedi a nenhum interesse particular face ao interesse público, ao interesse nacional. Não pratiquei qualquer crime ou falha aos deveres de função. Nem há nas oposições prova de um único caso concreto que ateste o contrário”, referiu.
Nesse sentido, Luís Montenegro lançou o repto a Pedro Nuno Santos: “Estou disponível para [pedir para] suspender esta sessão, se o senhor deputado Pedro Nuno Santos disser em concreto que informação pretende, de que forma, em que prazo, para, de uma vez por todas, dizer ao país se está ou não esclarecido”.
O Primeiro-Ministro garantiu que não praticou “qualquer crime ou falha aos deveres de função” e sublinhou que, ao contrário do que se passou na Alemanha, “em Portugal, os socialistas coligam-se com a extrema-direita para derrubar um Governo democrático”. 
O Primeiro-Ministro acusou Pedro Nuno Santos de andar há semanas a “levantar insinuações não fundamentadas” sobre a sua conduta. “Eu não me importo [do escrutínio]. Mas assuma, sem truques, que é esse o seu objetivo. E se é, digo-lhe: escreva-me, sente-se com alguém do Governo ou comigo se quiser, defina o método com os grupos parlamentares – para lhe facultar tudo aquilo de que precisa. O que quer não está escrito nesse requerimento, está por trás. É estar meses a lançar dúvida e suspeição em todo o sistema político. E para isso então vamos para eleições”, disse. 
Luís Montenegro enalteceu a ação do Governo para melhorar a vida das pessoas e “transformar a economia”. E deu exemplos: na descida de impostos, no aumento de 7% do rendimento médio mensal líquido, no aumento das pensões e da comparticipação medicamentos, no desemprego em mínimos e no emprego em máximos, na valorização de 17 carreiras da função pública, no crescimento económico “acima do esperado”, na redução da dívida pública, nos “investimentos estruturantes” na ferrovia ou aeroporto, na melhoria das condições da mobilidade urbana e na construção de “57 mil novas habitações”, na captação de mais investimento externo, no fim da “bagunça na imigração”, no reforço do policiamento de proximidade, no combate à criminalidade violenta, no aumento do número de utentes com médico de família e na diminuição dos tempos de espera na saúde.
Numa resposta ao líder do PS, que citou Sá Carneiro, Luís Montenegro fez a seguinte comparação. “Eu tenho a certeza de que ele [Francisco Sá Carneiro] seria o primeiro, nestas circunstâncias, a preferir a clarificação ao apodrecimento da situação (…) Os senhores [PS] querem o apodrecimento e eu sou à Sá Carneiro pela clarificação”, disse. 
A Assembleia da República rejeitou a moção de confiança apresentada pelo Governo. Votaram a favor o PSD, CDS-PP e a Iniciativa Liberal, e contra a moção de confiança o PS, Chega, BE, PCP, Livre e PAN.