Plano de ação contra a vespa das galhas do castanheiro não está a dar resultados

5 de junho de 2020
Grupo Parlamentar

Apesar dos esforços de controlo da praga conhecida como “vespa das galhas do castanheiro”, a verdade é que não tem sido possível controlar esta praga no território nacional. Uma das soluções tem sido o recurso largada do inseto Torymus sinensis, que se tem mostrado a forma mais efetiva de combater a disseminação da doença.

Numa pergunta à ministra da Agricultura, os deputados alertam que “a produção de castanha nacional está ameaçada por uma praga conhecida como ‘vespa das galhas do castanheiro’, cujo agente patogénico é um inseto (Dryocosmus kuriphilus) que provoca um nível de destruição alarmante, onde em países como Itália ou França conduziu a uma quebra na produção na ordem dos 70 a 80%”.

Aliás, segundo o PSD, esta patologia “foi já considerada a mais prejudicial para os castanheiros, particularmente na região mediterrânica, devido à facilidade da propagação”.

Os deputados do PSD Adão Silva, Emília Cerqueira, Isabel Lopes e José Silvano entendem que só “a execução de um plano de ação eficaz que evite os prejuízos incalculáveis que afetam os produtores e toda a cadeia económica da castanha” poderá travar a expansão desta praga.

O PSD defende “o envolvimento dos agentes económicos apoiados pelo poder autárquico e pela administração na divulgação e acompanhamento das ações específicas do respetivo plano, bem como ações complementares no âmbito do PDR2020, como por exemplo as medidas de Prevenção contra agentes Bióticos e Abióticos, direcionadas no controlo do declínio de povoamentos de castanheiro afetados por Phytophthora spp., Cryphonectrica parasitica e Dryocosmus kuriphilus (com critérios específicos na seleção das candidaturas)”.

Portugal é um dos dez maiores produtores mundiais de castanha, sendo o terceiro maior produtor europeu.  A produção nacional concentra-se especialmente na região de Trás-os-Montes, tendo também algum significado a Beira Interior e o Alto Alentejo. A qualidade da castanha nacional, reconhecida nas Denominações de Origem Protegida (DOP), tem sido só por si um elemento de vantagem comparativa no mercado internacional.

O PSD pergunta:

  1. No âmbito da operação “Prevenção contra agentes Bióticos e Abióticos (8.1.3.)” do PDR 2020, quais os resultados do 4º anúncio que decorreu entre 10 de abril e 30 de setembro de 2019? Quantas são referentes aos municípios do distrito de Bragança? Para o 5º anúncio, cuja primeira fase decorre até ao final do mês de junho, quando se prevê a divulgação das candidaturas e respetivo apoio?
  2. Quantas candidaturas foram apresentadas no sentido de controlar o declínio de povoamentos de castanheiro afetados por Phytophthora spp., Cryphonectrica parasitica e Dryocosmus kuriphilus, ao abrigo da operação “Prevenção contra agentes Bióticos e Abióticos (8.1.3.)” do PDR 2020? Quantas estão por analisar? Quantas estão por liquidar os respetivos apoios? Quantas são referentes a municípios do distrito de Bragança?
  3. Qual a razão que tem motivado o Ministério da Agricultura a restringir as largadas da mosca parasita usada na luta biológica, em 2020?
  4. Qual o balanço da execução do plano de ação nacional para controlo do inseto Dryocosmus kuriphilus (vespa das gralhas do castanheiro)? Qual a estratégia futura para apoiar a fileira da castanha nos desafios ao nível da fitossanidade?