Orçamento do Estado: em 2021 vai haver menos apoios para as famílias, para as empresas e para a manutenção do emprego

26 de outubro de 2020
Grupo Parlamentar

Da análise que Ofélia Ramos faz ao Orçamento do Estado, em 2021 vai haver menos apoios para as famílias, para as empresas e para a manutenção dos postos de trabalho. No debate na generalidade do Orçamento para 2021, a deputada confrontou a Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social com a realidade. De acordo com a deputada, o Governo anunciou que este Orçamento do Estado tinha como principal preocupação proteger as pessoas, apoiar o emprego e a economia. Contudo, refere a social-democrata, quem lê o Orçamento facilmente se apercebe que tudo não passa de “propaganda política ilusória”.

Ofélia Ramos recorda em 2020 tivemos cerca de 2 mil milhões de euros para medidas excecionais como o lay-off extraordinário e que para 2021 o Orçamento prevê apenas 766 milhões de euros. A deputada questionou à Ministra se o Governo não vai continuar a apoiar as famílias, empresas e a garantir os postos de trabalho, qual o motivo desta diminuição e se o apoio extraordinário ao rendimento dos trabalhadores se destina também ao sócios-gerentes.
A deputada acusou ainda o Governo de ser “um desastre” a acautelar que as medidas cheguem às pessoas em tempo útil, dando o exemplo dos subsídios de desemprego e sessação de atividade aprovados no Orçamento suplementar.  

Helga Correia assinalou o “notório esquecimento” do Orçamento de duas áreas importantes: segurança social e terceiro setor. Segundo a parlamentar, esta é uma conclusão não só do PSD, mas também da UTAO, do CES, do Presidente da CNIS o do Presidente da União das Misericórdias Portuguesas.
Na opinião da deputada, num cenário de crise económica, fruto de uma crise pandémica, esperava-se muito mais de um Orçamento da segurança social, adiantando Helga Correia que “seria previsível que ele viesse responder às necessidades dos portugueses”.

A deputada enalteceu, uma vez mais, o trabalho desenvolvido pelas instituições do setor social, que dão resposta às populações mais vulneráveis e que substituem o Estado nos momentos mais complicados, e exortou a Ministra a apoiar estas instituições. Com os partidos da esquerda a reprovarem a iniciativa do PSD que pretendia apoiar estas instituições, Helga Correia alertou a governante que “estas entidades têm vindo a enfrentar desequilíbrios e dificuldades orçamentais que colocam em causa a sua sustentabilidade”.