Metro de Lisboa: linha circular é uma “má decisão” e fundos europeus devem ser reprogramados

12 de maio de 2020
Grupo Parlamentar

Carlos Silva repudiou as “insólitas” declarações do Ministro do Ambiente e da Ação Climática que, em pleno estado de emergência, veio insistir no plano de linha circular do metro em Lisboa. “Pareceu-nos até ridículo que, em plena pandemia, o senhor Ministro aproveitasse o argumento da recuperação económica para, nas costas do Parlamento, sem qualquer escrutínio público, avançar com um projeto sobre o qual o governo está profundamente errado.”

Na audição do governante na Assembleia da República, Carlos Silva criticou a postura de um Ministro que persiste em argumentos derrotados no Parlamento, com apoio unânime de todos os partidos, inclusive com o apoio dos deputados socialistas do distrito de Lisboa. “Insiste em argumentos que não colhem qualquer opinião favorável na sociedade civil, nos trabalhadores do metro e nas comissões de utentes”, adiantou o deputado.

No entender do social-democrata, a “vontade obsessiva” do Ministro em implementar o projeto da “linha circular é uma má decisão”, quer a nível financeiro, quer a nível da mobilidade.

Carlos Silva assinalou ainda a “má-fé” das declarações do Ministro do Ambiente, por este ter referido que os fundos europeus alocados a esta obra não poderiam ser reprogramados. “As declarações do senhor ministro revestiram-se de má-fé. Após as palavras da senhora Presidente da Comissão Europeia e da senhora Comissária Europeia Elisa Ferreira, ficámos com todas as certezas: os fundos europeus podiam ser reprogramados e, como tal, as declarações das senhoras comissárias desmentiram-no. Por isso, ficamos espantados que o governo não aproveite estes fundos para serem reprogramados face à situação de imensa incerteza que vivemos hoje no país”.

https://youtu.be/d_gUMLe4OoI

O Ministro que menos fez pelo metropolitano de Lisboa desde o 25 de abril

Filipa Roseta enfatizou que a opção do PSD passaria por cumprir a Lei. “O PSD seguiria a Lei do Ordenamento do Território, que diz que quem regula a definição dos transportes é o Plano Regional de Ordenamento do Território da área Metropolitana de Lisboa, onde este projeto não consta”.

Segundo a social-democrata, se o governo quisesse alterar este sistema, o Ministro deveria ter feito um plano de todos os modos de transporte da área metropolitana de Lisboa, algo que o executivo não fez.

Para a deputada, a Lei do Ordenamento do Território é muito importante, porque cada vez que alteramos a posição de uma estação alteramos o valor deste terreno, portanto “é importante que isto seja muito transparente”.

Depois de recordar que o anterior executivo do PSD abriu 5 estações de metro em Lisboa, a Filipa Roseta concluiu a sua intervenção afirmando que o atual Ministro “vai ser o que menos fez pelo metropolitano de Lisboa desde o 25 de abril.”

https://youtu.be/hYjC2Nu7eB8

Sandra Pereira recordou que o Primeiro-Ministro esteve em Odivelas, durante a campanha eleitoral, a congratular-se pelo acesso direto de Odivelas ao centro da cidade de Lisboa. Contudo, recorda a deputada, nessa altura já o projeto da linha circular existia, tendo António Costa ocultado isso aos odivelenses.

https://youtu.be/w3o1zWUTE_M

Tendo em conta as dificuldades que afetam os operadores de transporte rodoviário de passageiros, Jorge Mendes questionou ao Ministro do Ambiente e da Ação Climática se o metropolitano de Lisboa terá capacidade de dar resposta a esses passageiros.

https://youtu.be/3b-fTfrA0YQ