Carlos Peixoto: “os portugueses têm de perceber para que é que querem a regionalização”

20 de fevereiro de 2020
Grupo Parlamentar

Carlos Peixoto, deputado social-democrata, reitera que o PSD está aberto para discutir o tema de regionalização, “sem filtros, sem preconceitos e sem dogmas”.

Numa intervenção esta quarta-feira no Parlamento, o vice-Presidente do grupo parlamentar do PSD entende que o debate em torno do processo da regionalização deve merecer uma “reflexão alargada” à sociedade civil, envolvendo as comunidades intermunicipais, as assembleias metropolitanas e as universidades.

Nesse âmbito, Carlos Peixoto lembra que todos os grupos parlamentares devem analisar o “relatório da comissão técnica independente e perceber que têm lá algumas notas e indicações muito importantes para nos habilitar a todos a legislar sobre aquilo que é básico”.

Criticando a postura dos deputados comunistas e bloquistas, Carlos Peixoto sublinha que é necessário que os portugueses saibam o que está em causa. “Esse é o pecado original dos vossos projetos. Em primeiro lugar, os portugueses têm de perceber para que é que querem a regionalização. Quais são as competências e atribuições dos órgãos regionais, como vão ser eleitos, quais as fontes de financiamento, qual o recorte geográfico destas regiões. (…) Foi exatamente por esse disparate que, em 1998, se chumbou o referendo à regionalização, pois os portugueses foram colocados perante uma pergunta sem saberem nada do que estava para trás”, disse.

Carlos Peixoto salienta que “o PSD não está a manifestar nenhuma posição pró ou contra a regionalização, porque primeiro quer fazer este debate, quer ouvir, quer pensar e só depois quer agir”.

O deputado acentua, por isso, que “o PSD não concordará com qualquer processo de regionalização que só sirva, ou sirva primordialmente, para aumentar a despesa do Estado, para favorecer clientelismos partidários ou para distribuir alguns lugarzinhos”. “Se é para isso, não contem connosco. Contem connosco para pensarmos primeiro e agirmos depois, não queremos construir a casa pelo telhado”, sintetizou.