Rui Rio: “O PSD só pode votar contra este Orçamento”

21 de outubro de 2020
PSD

Rui Rio anunciou o voto contra do PSD à proposta de Orçamento do Estado para 2021. No encerramento das jornadas parlamentares, esta quarta-feira, o Presidente do PSD explicou que o Orçamento é “mau”, “não combate o desemprego” e não se preocupa com as “empresas” nem com a classe média, apenas se limita a ceder às reivindicações do PCP e do BE.
O Presidente do PSD lembrou as palavras do Primeiro-Ministro, que numa entrevista recente ao “Expresso”, declarou estar alinhado com os parceiros da esquerda. “O Primeiro-Ministro disse que o seu projeto é com o PC e com o BE e que, no momento em que precisasse do PSD para aprovar o Orçamento, o seu Governo terminava nesse momento”, apontou.
Rui Rio critica o Orçamento que procura acolher mais à esquerda, em vez de se centrar no País, que ponha termo “ao ciclo de fraco crescimento económico” e reforce a “competitividade da economia e da classe média”.
Neste quadro, o PSD está livre para “votar contra um Orçamento que se esforça por agradar ideologicamente ao PCP e BE, esquece o futuro e não visa a recuperação económica de Portugal”.
Na análise que faz ao Orçamento, Rui Rio sublinha que “o único voto coerente” é contra, porque outra votação nem sequer “evitaria uma crise política”. “Não é o nosso Orçamento, mas, no interesse do País, nós até nos poderíamos abster por causa da pandemia, por causa da presidência portuguesa [do Conselho da União Europeia], porque o Presidente da República está com poderes diminuídos, nem sequer pode dissolver o Parlamento, porque temos necessidade de recuperar a economia e otimizar as ajudas da União Europeia. Até podíamos fazer isso, só que o Primeiro-Ministro disse que o seu projeto é com o PC e com o BE e que, no momento em que precisasse do PSD para aprovar o Orçamento, o seu Governo terminava. Assim sendo, se o Orçamento é mau, se não combate o desemprego, se não apoia as empresas e até dificulta, se distribui o que tem e o que não tem, com fraca lógica e fraco critério, se não dá sinais à classe média, se tem défice de transparência, se pré-anuncia um orçamento retificativo por ter receita sobrestimada, se nada faz pela reforma da administração pública para combater o desperdício e a ineficiência e se o voto do PSD não serve nem para evitar uma crise política, então o PSD só pode votar contra, porque esse é que é o voto coerente com aquilo que devemos fazer”, sintetizou.