PS e Chega desrespeitam a vontade popular e estão a enfraquecer a democracia

18 de dezembro de 2024
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Luís Montenegro acusa o PS e Chega de desrespeitarem a vontade popular expressa em eleições na Madeira, mas também no continente, considerando que a sua “aliança estratégica” tem colocado em causa o equilíbrio de poderes.
“Hoje é o dia em que PS e Chega se juntaram para derrubar um Governo da AD, que foi eleito e reeleito nos últimos 12 meses e teve duas confirmações eleitorais da vontade popular”, afirmou.
Esta terça-feira, no jantar de Natal do Grupo Parlamentar do PSD, a propósito da aprovação pela Assembleia Legislativa da Madeira de uma moção de censura apresentada pelo Chega ao Governo Regional minoritário do PSD, liderado por Miguel Albuquerque, o Presidente do PSD prometeu que nos próximos dias irá conversar com o líder do PSD-Madeira, para fazer uma “leitura política” da situação na região, mas generalizou a crítica a estes dois partidos.
“O PS e o Chega não estão a atender ao interesse das pessoas, não estão a respeitar a vontade legitimamente sufragada nas eleições e com isso estão a contribuir, ao contrário daquilo que dizem, para enfraquecer a democracia”, acusou.
Para Luís Montenegro, também na Assembleia da República, “a grande novidade na legislatura” foi “a aliança absolutamente improvável entre PS e Chega”.
O líder social-democrata recordou que os socialistas fizeram “campanhas implacáveis sobre a possibilidade de o PSD vir a ter qualquer tipo de convergência estratégica com o Chega”. “Hoje já ninguém se lembra, mas eu estive meses em que todos os dias que saía à rua me perguntavam o que é que ia acontecer com a relação com o Chega. Pois aqueles que fizeram isto, na primeira oportunidade, fazem uma aliança estratégica e conduzem interesses que julgam comuns e benéficos para ambos, muitas vezes invadindo a esfera do poder executivo, invadindo o normal funcionamento do nosso sistema político na sua conceção de equilíbrio de poderes”, alertou.
Por outro lado, criticou igualmente o Chega por, depois de em campanha ter dito que era preciso “erradicar o socialismo em Portugal”, ser “parceiro de votação” do PS em matérias essenciais como a fiscalidade, economia ou mobilidade.
Luís Montenegro admitiu que não conhecia “as vicissitudes de governar com maioria relativa”, e agradeceu aos deputados do PSD a sua coesão perante “circunstâncias complexas”.
Antes, também o líder parlamentar e secretário-geral do PSD, Hugo Soares, centrou o seu curto discurso nas críticas ao PS e ao Chega. “Era expectável que a esquerda – a mais radical e a menos radical um bocadinho que é hoje o PS – se juntassem para criar obstáculos e fazer oposição ao governo. Era expectável que a direita radical bloqueasse a governação”, admitiu.
Para Hugo Soares, “o que ninguém estava à espera, nem os deputados, nem nenhum português, era que a principal força de bloqueio no parlamento se constituísse entre o PS e a direita radical do Chega”.
O Presidente do Grupo Parlamentar do PSD desejou a todos os deputados que recuperem energias para o próximo ano, em que avisou que terão “um Orçamento do Estado de 2025 para defender a cada momento”. “A nossa principal missão para 2025 é continuar a suportar um Governo que saiu da legitimidade do povo e deste parlamento”, expressou.
 

Governo irá avaliar “mais de 2.000 medidas” já concretizadas 
O Primeiro-Ministro garantiu que o Governo irá fazer uma avaliação das “mais de 2.000 medidas” já tomadas e criticou “a herança e o legado” do PS, dizendo que o Executivo que “está a salvar o Estado social”.
Luís Montenegro criticou aqueles que “de forma precipitada andam por aí a dizer que está na hora de o Governo apresentar resultados, está na hora de transformar”.
“Eu convido-os, vão ver os resultados e vão ver as transformações. Nós um dia destes vamos fazer uma avaliação das mais de duas mil medidas que já tomámos. Vamos fazer uma avaliação, um ponto de situação, um escrutínio, nós vamos escrutinar-nos a nós próprios, nós somos exigentes connosco próprios”, assinalou.
O Primeiro-Ministro referiu que “Portugal esteve em movimento” nos últimos oito meses – desde que o Governo da Aliança Democrática tomou posse, em 3 de abril de 2024 – e “vai continuar em movimento nos próximos quatro anos”.