“Precisamos de inspirar a liberdade, pelo respeito e por uma agenda reformista”

26 de abril de 2017
PSD

Pedro Passos Coelho acusou, esta terça-feira, o Governo de esconder as medidas que vai tomar para alcançar os objetivos a que se propõe. Afirmou ainda que a União Europeia continua a ser um sonho que se realiza em cada passo e que traz prosperidade e esperança.

 O Presidente do PSD desafiou, esta terça-feira, o Governo a governar a pensar no futuro. Tal como afirmou, “que este 25 de Abril não seja mais um jogo de sombras como aquele a que nos vêm habituando”.

Quem está hoje na oposição, tem o interesse dos portugueses à frente de tudo”, reiterou Pedro Passos Coelho que acusou o Governo de estar a fazer da sua governação “um jogo de sombras sem assumir responsabilidades”.  

Portugal precisa de voltar a ter um dinamismo transformador e reformista, lutando contra a intolerância, contra o pensamento único, “contra os que querem impor o igualitarismo, onde residem as autocracias e totalitarismos no mundo”. O Presidente do PSD sublinhou que “queremos construir uma sociedade que se reforme, que seja tolerante em relação à sociedade política. Muitas vezes isso tem faltado, e temos quem não responda pelas decisões que toma, quem crie factos alternativos. Precisamos de inspirar a liberdade pelo exemplo, pelo respeito e por uma agenda reformista”. 

Relembrando que os portugueses não têm memória curta, o líder do PSD lembrou que, em 2015, o País acreditava que era possível continuar a crescer a um ritmo superior, “e não percebe porque se abrandou”. Quando o PSD estava no governo, conseguiu “contagiar com confiança quem queria investir em Portugal. Agora, demorámos quase um ano até que voltasse algum sinal de confiança para investimento. Fechámos um memorando em 2014 e bem me recordo que não o fechámos graças a ajuda ou apoio do PS, BE e PCP.”

Hoje, “ainda não há uma perspetiva do Governo para saber quando é que a notação para Portugal sai do lixo e nos coloca numa situação em que se pode investir com segurança. Passaram quase três anos desde que cumprimos o memorando e não há essa perspetiva”, declarou. 

 

Uma política nos discursos, outra nas decisões

Tal acontece porque ainda ninguém percebeu “como se espera cumprir os objetivos a que o Governo se propôs, porque o próprio Governo ainda não sabe. No ano passado, a estratégia passou por cortar o investimento público. Será assim que tencionam fazer o caminho dos próximos anos, mudando a face da austeridade, mas sem assumir o que conduz a esses resultados? Não querem dizer como vão fazer para não perderem o apoio da maioria, ou dos portugueses, que assim perceberá melhor que há uma política nos discursos e outra nas decisões que se tomam”, acusou Pedro Passos Coelho.

 O Presidente do PSD desafiou, ainda, o atual Executivo a assumir que é preciso “fazer bom investimento público e dar condições de escolha em liberdade”. As diferenças entre os partidos não devem impedir o confronto de opiniões.

 

“Temos sido fiéis ao nosso pensamento”

Nós temos sido fiéis ao nosso pensamento, não mudamos por estar na oposição. E isso faz com que a nossa posição deva ser respeitada. Se há os que fazem de conta que os problemas não existem quando revertem reformas estruturais importantes, que nos impedem de crescer, e se tornam os maiores situacionistas porque não têm uma agenda de reformas, então é caso para dizer que as diferenças são mesmo importantes e devem ser confrontadas politicamente”, disse.

Portugal precisa de futuro, não de um tempo perdido como tem acontecido desde que o atual Governo tomou posse e como aconteceu nos últimos quatro anos em Gaia, onde o Presidente do PSD esteve presente para apoiar a candidatura de Cancela Moura à Câmara. “O futuro conquista-se com ambição, mas ela não está na demagogia fácil, nem no populismo. Ela está nos trabalhos que exigem muito de nós, que valem a pena e acrescentam horizonte”, afirmou.

Pedro Passos Coelho defendeu que “não basta administrar o presente e os que apenas o fazem degradam o que receberam, não há nenhuma herança que seja eterna. Se queremos engrandecer o nosso horizonte, com uma sociedade mais justa e equitativa, em que respeitamos os outros, temos de dar liberdade para escolher livremente o seu projeto de vida, temos de nos dar ao trabalho. Não basta receber um legado, é preciso cuidar e acrescentar algo para futuro”.

 

“Quando fazemos por Portugal fazemos pela Europa”

Quando olhamos para a maioria, olhamos para contradições sacrificadas ao curto prazo. Se queremos mais prosperidade, por que razão têm um discurso tão dúplice quando olham para a União Europeia? Não estamos mais desenvolvidos desde que aderimos à então CEE? Quanto investimento foi feito através dessas políticas de coesão e solidariedade?”, questionou o líder da oposição.

São os que nos governam hoje quem mais maldiz e culpa a Europa. E nem o disfarçam, como se se tratasse de uma coisa menor”, acusou Pedro Passos Coelho, que denunciou que os mesmos que apoiam o Governo são os mesmos que “querem que Portugal saia do Euro, que querem combater a União Europeia e, ao mesmo tempo, celebram Soares, esse que foi um dos que trouxe a vocação de estarmos dentro da Europa”.

Às vezes, quando ouço alguns desses políticos a propósito das eleições francesas e da segunda volta que há-de ocorrer, maldizendo certas escolhas, pergunto-me que hipocrisia deve existir entre quem está tão próximo, mas quer parecer estar tão distante”, disse.

Os portugueses têm o direito de se sentir portugueses na Europa, “e queremos que ela continue a ser um sonho que se realize em cada passo. Que possa trazer prosperidade e esperança. Quando fazemos por Portugal fazemos pela Europa, e quando fazemos pela Europa fazemos por Portugal”, destacou Pedro Passos Coelho.