Pedro Passos Coelho: "2015 é um ano de esperança"

18 de dezembro de 2014
PSD

Pedro Passos Coelho advertiu para as dúvidas quanto ao que
vai acontecer na Grécia e manifestou-se apreensivo com o que se está a passar
nos mercados monetários da Rússia, acrescentando: "Que ninguém diga que
estas incertezas não existem, que ninguém diga que será surpreendido se no
plano externo alguma coisa acontecer que possa ter reflexos nas nossas
condições de financiamento", referiu ontem no Convívio de Natal do Grupo
Parlamentar do PSD.

No plano interno, o chefe do executivo PSD/CDS-PP assinalou
que 2015 "será um ano eleitoral", o que implica uma
"incerteza" que terá "de ser respondida a seu tempo pelo povo
português", e afirmou esperar que isso "não se converta num fator que
ponha em risco os resultados" da atual governação.

Depois de expor a conjuntura interna e externa, concluiu:
"São, portanto, incertezas destas que nos devem recordar a importância do
valor da estabilidade e, sobretudo, da estratégia que percorremos até
aqui".

"O que é importante, se isso ocorrer, é saber se nós
confiamos ou não no caminho que estamos a trilhar, se continuamos ou não
determinados em percorrê-lo, porque todas as crises são ancoradas sempre numa
mesma dúvida: se há ou não há confiança naquilo que estamos a fazer",
prosseguiu, defendendo que "tudo começa e acaba na confiança".

Relativamente à Grécia, Passos Coelho disse que o Governo
está a acompanhar os desenvolvimentos "em torno da decisão sobre a sua
permanência ou não num programa de assistência económica e financeira ou a sua
evolução para um programa cautelar, e a necessária estabilidade também que a
Grécia necessita de ter para prosseguir esse caminho".

O primeiro-ministro ressalvou que essa "é uma escolha
muito soberana que a Grécia terá também de fazer, mas que tem sempre
implicações para além da Grécia".

De acordo com Passos Coelho, tendo em conta que "a
Grécia em muito pouco tempo passou de taxas a 10 anos inferiores a 6% para
taxas de juro superiores a 9%, é muito difícil pensar numa saída de programa
com financiamento em mercado com taxas de juro a longo prazo neste nível".

"Nós sabemos isso, a Grécia sabe isso. Estamos, tanto
quanto nos é possível, a torcer, a apoiar um caminho que possa ser esperançoso
também para os gregos e para toda a Europa".

Relativamente à Rússia, considerou que se verifica "uma
incerteza de natureza monetária" que faz "lembrar crises cambiais que
tiveram lugar no final dos anos 90, e que tiveram implicações para os mercados
muito para além do que aconteceu à Rússia".

No início do seu discurso, que durou cerca de 20 minutos,
Passos Coelho declarou que olha para 2015 "com esperança", mas logo
acrescentou que "há muitas incertezas ainda no ar".

Na antevisão do primeiro-ministro, no próximo ano a economia
portuguesa vai "recuperar bastante mais vigorosamente do que em
2014", com "o rendimento das pessoas a melhorar", e prevê-se
"que se consolide a recuperação do emprego".

Passos Coelho atribuiu "este ambiente positivo e de
maior esperança" à "determinação" da atual maioria PSD/CDS-PP.

Em seguida, considerou que "essa determinação será
indispensável daqui para a frente", destacando a "determinação em
manter condições de estabilidade política" e a "determinação em
manter um caminho de exigência e rigor" nas contas públicas.