“O PSD tem uma perspetiva de futuro séria para o País”

26 de setembro de 2017
PSD

 

O projeto dos social-democratas é “coerente” e “estruturado”, em contraste com a política de quem governa, afirmou Pedro Passos Coelho em entrevista à Rádio Renascença. Disse que António Costa “tem a vida que escolheu” num governo que, no caso concreto de Tancos, tem “liderado mal”. Esclareceu, ainda, que os próximos dois anos não dependem dos resultados das autárquicas, mas do Governo, motivo pelo qual perguntou se, nos próximos tempos, se assistirá a uma “ação política reformadora” 

 

“O PSD tem uma perspetiva de futuro séria para o País”, referiu Pedro Passos Coelho em entrevista à Rádio Renascença. “Provámos que sabemos lidar com os momentos difíceis, mas também saberemos lidar com as oportunidades e colocar o País num ritmo de crescimento e justiça muito mais rápido do que aquele que este Governo tem consentido”, salientou, depois de ter afirmado que o projeto social-democrata é “coerente” e “estruturado”.
Referindo-se às eleições legislativas, o líder social-democrata afirmou que quando as pessoas votaram mais em si “do que em António Costa para gerir o governo”, sabiam que o PSD tinha “um projeto importante para o País”. Por isso, “Governo e a gerigonça esforçam-se muito por reposicionar aquilo que é o PSD e o discurso e a herança que deixou no País”, acusou, dando como exemplo as constantes afirmações de que “só agora é que o País está a crescer (como se não tivesse crescido connosco), que só agora é que se cria emprego (como se não tivéssemos criado)”. 
Para Pedro Passos Coelho, o resultado da atual governação é claro: “o País perdeu tempo”. “Em vez de ter aproveitado as oportunidades para crescer mais cedo, atrair investimento mais cedo, conseguir que a dívida do País saísse do lixo mais cedo. Em vez de acelerar esses processos, nós ficámos a perder tempo e num leilão orçamental que ainda decorre, dois anos depois, para ver quem é que dá mais coisas positivas aos portugueses, disfarçando o mais possível o custo que os portugueses têm de suportar por esse leilão”, sustentou. 

 

António Costa tem, no governo, “a vida que escolheu”

Segundo disse, António Costa tem, no governo, “a vida que escolheu”, “uma vida dependente do apoio do BE e do PCP”). Neste sentido, Pedro Passos Coelho destacou que António Costa não terá “moralmente, do ponto de vista político, nenhuma autoridade para se lamentar das dificuldades de depender do BE e do PCP porque depende daquilo que escolheu”.

 

Tancos: questões sérias que "o Governo não tem levado a sério"

Sobre Tancos, o Presidente do PSD acusou o atual Executivo de ter liderado “esta matéria mal desde o início”. Defendeu que com o furto de armas que “se percebeu que não há sentido de Estado nem na maneira como o Governo se tem pronunciado, nem como o ministro tem conduzido este processo ou mesmo como o primeiro-ministro tem respondido politicamente perante o País”. Considera que “o que aconteceu é grave”, mas o País continua a assistir a um permanente “desconversar” e “sacudir das mãos”. “Estas são questões sérias que o Governo não tem levado a sério”, insistiu.

 

“Não vejo que as autárquicas marquem o fim de um ciclo”

Questionado sobre se as eleições autárquicas serão uma viragem de ciclo, Pedro Passos Coelho afirmou que “em muitos municípios pode vir a ser uma viragem, noutros pode ser um momento de continuidade”. “Do ponto de vista nacional, não vejo que as autárquicas marquem o fim de um ciclo e começo de outro”, assinalou, argumentando que se está “a meio da legislatura”. “Há alguma razão especial para se esperar que o Governo, nos próximos dois anos, seja muito diferente do que foi nos dois anos que agora se concluem?”, questionou, para depois se referir à atual “retórica e prática política que passou por reverter algumas medidas de natureza estrutural, acelerar outras medidas de restituição de rendimentos e de remoção de medidas de austeridade”, mas que “não acrescentou nada para futuro”.

 

Os próximos dois anos serão de ação política reformadora?

O líder social-democrata contrariou os argumentos apresentados pelo Executivo, dizendo que a economia cresceu “porque o Turismo teve uma importância muito grande e as exportações mantiveram, com a procura externa, um ritmo muito forte”. Denunciou que “o Governo teve de mudar de política orçamental, para não falhar as suas metas”. E perguntou: “o Governo vai manter a retórica de que está a fazer tudo diferente para contrastar com o governo anterior e dar às pessoas a ideia de que fez um milagre económico que não realizou? Ou vai querer finalmente colocar o País perante uma ação política reformadora que nos prepare o futuro?”. Segundo argumentou, os próximos dois anos dependem de quem governa e “não das eleições autárquicas”.

 

Eleições autárquicas: “não servirão para fazer provas de vida”

Pedro Passos Coelho esclareceu ainda que “a liderança [do PSD] não está em jogo com o resultado destas eleições”. Recusou-se a especular sobre o resultado de 1 de outubro e acrescentou que as pessoas o conhecem. “Já me ouviram dizer, por várias vezes, que as eleições autárquicas não servirão nem para me pôr ao fresco, nem para fazer provas de vida dentro do PSD”, reiterou. “Sou presidente do PSD, quando existirem eleições internas a seu tempo me apresentarei a essas eleições, não sou de virar a cara”, acrescentou.
Em plena Volta Nacional Autárquica, o líder social-democrata disse ser “um prazer poder estar junto das pessoas, ouvi-las, perspetivar um bocadinho aquilo que são as suas angústias, de um lado, mas também as suas expectativas para futuro”. Nestes dias tem “recolhido impressões muito boas”, assegurou.