A instabilidade política está na oposição

2 de setembro de 2024
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O Presidente do PSD considera que “a verdadeira instabilidade política” em Portugal está na oposição e acusou os líderes do PS e do Chega de estarem “despeitados e desorientados” quanto às negociações do Orçamento do Estado para 2025.
Este domingo, no encerramento da Universidade de Verão do PSD, em Castelo de Vide, Luís Montenegro referiu que o “Governo não precisa de eleições para governar ou se relegitimar”. “A minha convicção é que, neste momento, o país está com o Governo, aquilo que nós não sabemos é se a oposição vai estar com o país. A verdadeira instabilidade política que há em Portugal é da oposição, que passa a vida a dizer uma coisa e o seu contrário, falam antes do tempo e são impulsivos”, disse.
Numa intervenção de cerca de 40 minutos, o líder do PSD sublinhou que o Governo está em funções “há pouco mais de quatro meses, mas já há muitas decisões que podemos hoje referenciar e que também nasceram das discussões que aqui foram travadas”. 
O Presidente do PSD destacou em particular o reforço da oferta de alojamento estudantil, cuja escassez representa “um dos mais graves problemas que temos e das maiores injustiças, que é a de alguns jovens batalharem durante 12 anos para tentarem obter o melhor resultado possível do seu desempenho académico (…) e que esse esforço caia por terra só porque as suas famílias não têm meios económicos para pagar as rendas das habitações”.
Além disso, Luís Montenegro apontou ainda a simplificação das candidaturas ao programa Porta 65, cujas novas regras entraram no domingo em vigor, deixando de ser necessário um contrato de arrendamento, assim como a isenção do IMT e do imposto de selo na compra de casa para jovens até aos 35 anos (desde 1 de agosto). 
Por outro lado, realçou uma medida “estratégica e estrutural”: que os jovens portugueses “paguem um terço daquilo que pagariam hoje de imposto de rendimento sobre o seu trabalho” (IRS) e que com isso possam ter “mais condições para estabelecer a sua vida profissional” e “colocar a sua qualificação ao serviço do país” e serem autónomos em relação aos progenitores.
“Dirão muitos que são medidas eleitoralistas. Mas a verdade é uma: estas medidas só estão a ser tomadas agora porque não foram tomadas antes”, acrescentou.
Luís Montenegro acusa o PS e Chega de criarem “fantasmas” e manobras de distração em torno do Orçamento do Estado.
“O líder do Chega sente-se despeitado porque viu uma notícia – que por acaso não é verdade – e concluiu que durante agosto tinha havido negociações entre PS e PSD e, vai daí de uma forma imatura e precipitada, diz ‘não quero ter nada a ver com o Orçamento’”, criticou.
“Pois não, não era isso que estava combinado. Estamos a 1 de setembro, estamos a tempo, em tempo e no tempo para falar com os partidos políticos e concluir a proposta de Orçamento do Estado. De onde vêm estes fantasmas, de onde vem tanta desorientação?”, questionou.
Para Luís Montenegro, são duas as condições que o Executivo coloca na negociação do Orçamento do Estado. “Não vou simular vontade de negociar, vou sentar-me e de uma forma responsável e leal colocar as questões em cima da mesa. Em segundo lugar, não nos vamos desviar da essência do nosso programa”, frisou.
No discurso de encerramento da Universidade de Verão, o também Primeiro-Ministro elogiou a escolha de Maria Luís Albuquerque para comissária europeia e afirmou que, em Portugal, “os pais e as mães” das políticas de austeridade impostas externamente foram sempre governos do PS. “Se há coisa que os portugueses sabem é que, em Portugal, os ‘troikistas’ são os socialistas. A história está mais do que ilustrada, sempre que houve ‘troika’ em Portugal os pais e as mães das políticas de austeridade que as ‘troikas’ trouxeram foram os governos do PS. É factual, não é sequer suscetível de oposição”, apontou. 
A Universidade de Verão, que vai na 20.ª edição, é uma iniciativa conjunta do PSD, JSD, da delegação do PSD ao Parlamento Europeu e do Instituto Francisco Sá Carneiro.