Macron é o candidato da “integração europeia”, diz líder do PSD

4 de maio de 2017
PSD

“Espero que Macron ganhe”, diz Pedro Passos Coelho. É o candidato da “integração” europeia, mas existem riscos políticos na Europa que estão a pressionar os países e é importante avançar com a União Financeira.

Não hesito em dizê-lo apesar das nossas diferenças”, espero que “Macron ganhe”, afirmou Pedro Passos Coelho, hoje, na conferência “Futuro da Europa”, que trouxe a Portugal Dara Murphy, ministro irlandês de Estado e dos Assuntos Europeus, Esteban Gonzalez Pons, líder parlamentar do PP espanhol no Parlamento Europeu e Maired MacGuiness, vice-presidente do Parlamento Europeu, entre outros especialistas. É o candidato da “integração europeia”, um “moderado”, justifica, o líder do PSD, pelo que, por oposição, definiu Marine Le Pen como “a candidata da desintegração” europeia.

Na conferência, o líder do PSD destacou, no entanto, dificuldades na ação presidencial de Macron, caso vença as eleições presidenciais, já no próximo domingo. “Quantas reformas estruturais pode Macron implementar se o Parlamento for composto para eurocéticos, populistas, radicais que apenas querem esperar uma mais vez para explicar que os moderados não podem oferecer nada positivo?” Para o líder social-democrata, “estes riscos políticos estão a pressionar outros países”.

 

União financeira para reduzir os riscos na UE e da Zona Euro

Em que Europa estamos a pensar quando projetamos incertezas e dúvidas para os dias futuros?”, questionou Pedro Passos Coelho, sublinhando ser relevante “discutir o que é importante para o futuro”. O Presidente do PSD lembrou que “a União Europeia tem 27 países que não são iguais, não tem a mesma história, nem o mesmo desenvolvimento económico e social, crescimento ou estrutura”. Acrescentou que, apesar das diferenças existentes, há “uma herança forte” no que se refere a problemas antigos, conflitos ou tensões que, apesar de históricos, “estão a renovar-se numa perspetiva diferente”.

Há 60 anos, alguns países pensaram que a melhor maneira de evitar uma nova guerra mundial, de manter a paz era promover o comércio livre, com ambição de conseguir no futuro uma comunidade económica”, recordou o social-democrata. “Tivemos a possibilidade de tornar num projeto mais consistente e ambicioso hoje, o que foi o sonho de alguns há uns anos”, disse, alertando para o facto de se estar a “enfrentar problemas graves”.

Não temos, ainda, uma união bancária, inteira e completa, faltam alguns pilares para esse propósito. Estamos longe de atingir uma união financeira e precisamos de algo do género se queremos reduzir os riscos dentro da União Europeia”.

O líder do PSD continua a acreditar em “Estados mais responsáveis, disciplinados e solidários”. Destacou que “é indispensável fiscalizar”, de forma a evitar outra crise. “É impossível sustentar uma zona Euro sem capacidade fiscalizadora”, defendeu. “Podemos discutir essa capacidade, temos de tê-la. Para o bem e para evitar uma crise mais forte nos próximos anos”.

 

São necessárias propostas e resultados diferentes para enfrentar os projetos populistas e radicais

Sobre o Brexit, Pedro Passos Coelho afirma que “as pessoas querem provar a sua força para escolher diferente, não estão contentes com a situação atual que é de crise”. Se anteriormente “tínhamos um projeto maravilhoso relacionado com Euro e paz, agora temos uma crise social, de refugiados, de segurança, uma crise económica. Explicou, ainda, que não se está a crescer o suficiente e é por tudo isso “que temos populismos”.

Pedro Passos Coelho perguntou “como podemos enfrentar estes projetos populistas e radicas?”, para logo responder que são necessárias propostas e resultados diferentes. “ Não é tarde para completar a união bancária, para falar de união financeira”, afirmou, reiterando que as negociações resultantes do Brexit devem ser “levadas com sabedoria”, de modo a possibilitarem “a construção de boas parcerias entre a União Europeia e o Reino Unido”.

Alertou que existem dois tipos de respostas que podem ser dadas, as mais imediatas e, por isso, mais fáceis, e as estruturais que exigem que sejam encontradas alternativas para a política monetária.

Pedro Passos Coelho alerta que “é importante ter uma resposta política relativa a Rússia, Brexit e à relação com os EUA”, pois são “problemas estruturais que devem ser enfrentados de forma responsável”.

Pedro Passos Coelho relembrou que “a maioria das pessoas não está confiante no futuro”. Acrescentou que “há algo na distribuição nas sociedades” que está despertar o “lado populista dos políticos e que merece uma resposta”. Assim, “temos de estar preparados para agir na função distributiva da nossa sociedade”. Segundo o líder social-democrata, as desigualdades sociais são um problema enfrentado por diversos países.