José Cancela Moura: Alternativa

22 de outubro de 2020
PSD

O PSD tem sido, ao longo da nossa história democrática, uma voz única e reconhecida na defesa das autonomias regionais. Meio milhão de portugueses – açorianos e madeirenses – participam mais diretamente na gestão corrente dos seus assuntos, graças à consagração expressa, na Constituição de 1976, do princípio da autonomia político-administrativa. A autonomia regional alicerça-se não apenas pela geografia, mas sobretudo pelas caraterísticas económicas, sociais e culturais peculiares de ambas as regiões insulares.
No próximo domingo, 25 de outubro, decorre a eleição da Assembleia Legislativa dos Açores. Estão em disputa 57 mandatos, que serão escolhidos pelos 229 mil eleitores inscritos – domingo passado, 3.500 eleitores já o puderam fazer antecipadamente. 
Vamos, pois, ao que mais interessa.
Em 2018, o PIB per capita dos Açores representava 88% da média nacional e 68% da média da União Europeia. É, infelizmente, o mesmo valor que a região registava, há 20 anos. Contas feitas, e não resta ponta de dúvida, os 24 anos de governação socialista nos Açores têm sido uma desilusão.
As desigualdades entre as nove ilhas agravaram-se e penalizam, como seria de esperar, as famílias de menores rendimentos e os jovens que, perante a ausência de oportunidades, abandonam o arquipélago. Um terço da população vive abaixo do limiar da pobreza. Não se estranha, por isso, que uma parte das famílias açorianas dependa essencialmente das prestações sociais. O Estado é a única “fonte” de subsistência.
Acresce que, os Açores ocupam o pior lugar no conjunto do País, com o maior número de beneficiários de Rendimento Social de Inserção (RSI), em função da população residente – só no concelho de Ribeira Grande 21,9 indivíduos, por cada 100 residentes, dependem desta prestação.
A Região Autónoma dos Açores depara-se com um desafio ainda mais complexo, fruto da crise sanitária, económica e social provocada pela pandemia.
Mas o destino dos povos ou das regiões não tem de ser trágico. Nem a ultraperiferia nem a insularidade têm de ser uma fatalidade inexorável.
Basta olharmos para o Atlântico, mais a Sul, onde, no arquipélago da Madeira, o PSD conseguiu construir um horizonte de prosperidade absolutamente notável. Os açorianos, porém, continuam a aspirar por dias melhores e sobretudo pela esperança que a governação do PS lhe tem negado.
A vontade do povo é soberana. Por isso, os açorianos não devem desistir por conquistar uma nova era de desenvolvimento, no turismo, na agricultura, na economia do mar, no desenvolvimento aeroespacial e até nos negócios familiares.
O PSD é genuinamente o partido da autonomia responsável, onde há um lugar para todos e onde alimenta a liberdade das pessoas, a participação da sociedade, a iniciativa dos agentes económicos e a parceria do governo regional.
É no nosso companheiro José Manuel Bolieiro que os açorianos podem depositar um voto de CONFIANÇA. Confiança nos Açores, Confiança num povo que nunca baixa os braços. Quem supera a destruição de furacões, sismos e vulcões e recomeça sempre de novo, com coragem, merece muito mais que uma certidão de conformismo.
Os Açores sempre estiveram do lado certo da história. Quando no século XIX, a partir de Angra do Heroísmo, expandiram o gérmen do liberalismo em Portugal. Ou em 1976, quando escolheram o PSD para liderar um projeto de desenvolvimento para o arquipélago.
Por isso, no próximo domingo, o PSD é a única alternativa a um modelo de governação esgotado que desistiu das famílias e das empresas. Sejam agricultores, operários, professores ou empresários, jovens ou pensionistas, os açorianos podem mobilizar-se em torno do PSD, para construir um novo projeto político. E estou certo de que José Manuel Bolieiro saberá honrar as raízes e a força de uma região que clama menos por quem fala e mais por quem faz.
Chegou a hora do superior interesse dos açorianos prevalecer sobre a manutenção do conservadorismo socialista, insustentável e recauchutado, com a mesma receita, há mais de duas décadas, sem alma e sem ambição. Como podemos retirar do próprio programa eleitoral do PSD, nos Açores, “é possível, é preciso, é urgente fazer diferente”. 

Artigo publicado originalmente no Povo Livre