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Luís Montenegro acusa o Primeiro-Ministro e o Governo socialista de serem responsáveis pela “pior fase de sempre” do Serviço Nacional de Saúde (SNS) em Portugal. “Apesar de ser monocolor, de ter maioria absoluta no Parlamento, o Governo está a transportar os portugueses para a pior fase de sempre naquilo que é a incapacidade de resposta no Serviço Nacional de Saúde. (…) Hoje, o Estado está outra vez a pagar tarde e a más horas, as dívidas estão a acumular-se, o SNS está a absorver mais recursos financeiros e o serviço é pior”, considerou.
O líder do PSD, que se encontrava em Vila Velha de Ródão, esta segunda-feira, no segundo dia do “Sentir Portugal em Castelo Branco”, assinala estranhamente que, embora o Estado gaste mais dinheiro do que em 2015, “a quantidade e a qualidade dos serviços prestados é pior”, e isso “cria uma dificuldade enorme à vida das pessoas”. “E cria um efeito perverso. Esta voragem ideológica do PS, em querer concentrar toda a resposta do sistema no Serviço Nacional de Saúde, que é um elemento fundamental, estruturante, do nosso sistema, fez com que a maioria dos portugueses fosse encaminhada para o setor privado e hoje haja mais de 4 milhões de portugueses que paguem ou um seguro de saúde ou subsistemas, como a ADSE e outros”, frisou.
Ainda em comparação com o período de resgate externo de Portugal, Luís Montenegro diz que, nessa altura, o País conseguiu “ter mais e melhor resposta nos serviços de saúde, entre 2011 e 2015, quando tínhamos a troika que o PS trouxe para cá em Portugal, do que agora”. “Conseguimos reduzir o preço dos medicamentos em 30% naquele quadriénio, coisa que o PS não consegue hoje. Nós conseguimos saldar grande parte das dívidas, que eram 3 mil milhões de euros que o PS acumulou até 2011. Nós conseguimos financiar os hospitais públicos, para prestarem melhores serviços e poderem negociar com os fornecedores, quer a compra de medicamentos quer de equipamentos”, exemplificou.
Um dos aspetos mais reveladores do estado do SNS é o abandono dos profissionais de saúde do setor público para o privado, onde encontram “melhores condições remuneratórias”.
Luís Montenegro lembra, por isso, que o PSD tem historicamente dado mais “contributos para salvaguardar o SNS do que o PS”, pelo que “não vale a pena o PS vir com papões repetitivos, cansativos (…), dizer que o PSD defende a privatização ou o fim do SNS”. “Nós sempre preconizamos que o sistema deveria ser complementar, que o Estado pode prestar serviço público através de uma misericórdia ou mesmo de um hospital privado, se eventualmente for essa a carência dos serviços que os cidadãos precisam. O Estado tem de responder às necessidades dos cidadãos e não os cidadãos estarem a responder às necessidades do Estado, entregando a maior parte do rendimento que ganham ao setor, através de impostos e de contribuições”, sublinhou o Presidente social-democrata.