Ministro das Finanças deve explicar injeção de 850 milhões de euros no Novo Banco

12 de maio de 2020
Grupo Parlamentar

Duarte Pacheco, deputado do PSD, considera que continua por esclarecer o desconhecimento do Primeiro-Ministro na transferência de 850 milhões de euros para o Novo Banco. Para o deputado do PSD, o ministro das Finanças deve dar explicações na audição prevista para esta quarta-feira.

“Parece que o senhor ministro das Finanças continua de bom humor, porque dizer que a não informação ao senhor Primeiro-Ministro de que tinha de fazer uma transferência de 850 milhões de euros para o fundo de resolução, que tinha um prazo marcado para o fazer, como se isso fosse um valor insignificante, e dizer que existiu uma simples falha de informação, algo não vai bem”, apontou.

O deputado social-democrata admite que “cada Primeiro-Ministro tem a sua forma própria de exercer autoridade”, mas este caso mostra que “algo não vai bem no funcionamento do Estado português”, isto depois de Mário Centeno ter admitido esta terça-feira, em entrevista à TSF, uma falha de comunicação entre o seu gabinete e o Primeiro-Ministro quanto à injeção de capital no Novo Banco.

O coordenador do PSD na Comissão de Orçamento, Finanças interroga se o valor em causa “sai dos cofres públicos sem o Primeiro-ministro ter consciência disto, enganando, porventura sem dolo, o parlamento e o país?” “Algo não vai bem e essa relação decerto que exige que o Primeiro-Ministro exerça a sua autoridade”, enfatizou.

Duarte Pacheco salienta que “alguém deve ser chamado à pedra quando existem este tipo de falhas de informação”, acrescentando que Mário Centeno afirmou que “não pediu sequer desculpas ao Primeiro-Ministro”. “Outros ministros no passado foram afastados por omissões bem menos graves do que estas, mas cada Primeiro-Ministro tem a sua forma própria de exercer a sua autoridade”, disse.

O deputado do PSD frisa ainda que, como afirmou o ministro das Finanças, a transferência para o Fundo de Resolução “já estava prevista há muito tempo e até tinha prazo limite”. “Ou essa data foi ocultada ao Primeiro-Ministro e é grave, ou a informação foi transmitida há muito tempo ao Primeiro-Ministro e ele teve um esquecimento, e se teve esse esquecimento, até pode ser compreensível dada a gravidade da situação do país, mas deve ser assumido”, referiu.