Governo ignora os Hospitais da Guarda e de Seia

17 de julho de 2020
Grupo Parlamentar

O Grupo Parlamentar do PSD entregou hoje uma pergunta em que questiona o Governo sobre o estado dos hospitais da Guarda e de Seia, que, tal como se lê no documento, “continuam no grau zero das preocupações do Governo, que assiste impavidamente ao seu colapso sem desenhar nenhuma resposta ou estratégia capaz de inverter a sua morte lenta”.

Os social-democratas denunciam que “em algumas das suas especialidades, as duas estruturas não passam de entrepostos ou salas de espera de ambulâncias que transportam os doentes para os Hospitais de Viseu e de Coimbra, numa irracionalidade de gestão e de recursos que só em 2019 atingiu um custo superior a 3 milhões de euros, muito mais que o suficiente para contratar as dezenas de médicos que eram necessários à prestação de cuidados de saúde dignos da população do Distrito da Guarda”.

O cenário da Saúde no distrito é preocupante: “o tempo de espera de consultas continua a crescer obscenamente, estando já ao nível de países de terceiro mundo, como o demonstram os 803 dias da consulta de oftalmologia em Seia, os 1113 dias de consulta de ortopedia na Guarda, os 609 dias das consultas prioritárias de cardiologia na Guarda e 1499 dias das consultas normais dessa especialidade, só para citar alguns números publicados em Março de 2020 no sitio do Ministério da Saúde”. Acresce que “os profissionais de saúde escasseiam, os concursos e os estímulos para os fixar no Interior do país são uma miragem e o drama de um SNS incapaz acentua-se sem um pingo de ressentimento dos responsáveis governativos”.

O PSD questiona:

  1. O que pensa em concreto fazer o Governo para assegurar cabalmente os cuidados de saúde dos utentes do distrito da Guarda nos Hospitais de Seia e da Guarda, sem que tenha necessidade de recorrer permanentemente à sua transferência para Viseu e Coimbra?
  2. Que papel específico reserva o Ministério da Saúde para a ULS da Guarda? Pretende dotá-la de recursos técnicos e humanos para funcionar com autonomia na prestação de todos os cuidados de saúde de todas as especialidades ou pretende esvaziá-lo ou afastá-la de algumas delas?
  3. Que medidas ou incentivos pensa o Governo adotar para atrair e fixar profissionais de saúde no Distrito da Guarda e como pensa diminuir os tempos de espera de consultas acima referidos?
  4.  Em que fase ou estado se encontra a proclamada intenção do Governo arrancar com a obra do denominado pavilhão 5 do Hospital da Guarda?
  5. Quando estará o Governo em condições de nomear a nova administração da ULS e que explicação apresenta para não o ter feito atempadamente?