Covid-19: A sociedade civil esteve presente quando o Estado Social esteve ausente

28 de maio de 2020
Grupo Parlamentar

Hugo Carvalho considera que o nosso valor como sociedade mede-se pela forma como apoiamos os mais frágeis. No entender do social-democrata, o Estado Social não pode ser o apoio de apenas alguns, nem pode ser menos do que a situação exige. Para o deputado, a verdadeira resposta do Estado Social à pandemia da Covid-19 não foi a do PS, mas sim a da melhor característica de uma democracia segura: a sociedade civil. “Foram as horas extra e o trabalho incansável dos profissionais de saúde que nunca poderão ser suficientemente compensados, mas a quem o Governo podia pagar a horas o que deve. Foram as horas extra da polícia e das forças de segurança, dos professores, dos trabalhadores dos resíduos, do setor alimentar, da distribuição e dos transportes que mantiveram um país a funcionar. Foram as pequenas empresas e pequenos comerciantes, a quem o Governo disse para adiantarem os salários dos seus trabalhadores que logo pagaria o apoio. Tendo falhado. Foram os sócios gerentes de pequenos restaurantes, que o Governo e o PS, acham ricos e, portanto, sem direito a usufruir dos seus descontos. Foram as IPSS, que garantem a resposta social de proximidade, a quem o Governo continua a atrasar pagamentos.  Foram os fornecedores a quem o estado continua a não pagar as suas dívidas.”

Em sentido contrário, aponta Hugo Carvalho, o Governo não deu respostas aos trabalhadores a recibos verdes, aos trabalhadores da cultura, aos feirantes e vendedores ambulantes, trabalhadores de ginásios, trabalhadores do turismo, nem aos trabalhadores precários da ciência. “Estas pessoas esperam os pequenos apoios que tanto precisam, ouvem o Ministro das Finanças dizer que lhes está a atrasar os reembolsos do IRS de propósito, enquanto aceleram as transferências de centenas de milhões de euros para o Novo Banco.”

O parlamentar, deixou ainda um sério alerta sobre a situação dos jovens com formação superior, que sempre trabalharam e se esforçaram, e que foram atirados da instabilidade profissional que tinham e que hoje têm de ir pedir comida aos bancos alimentares. “A minha geração é, em democracia, a que pior conhece o conceito de crescimento económico, a que mais adia o futuro, a que mais pode perder rendimentos”, avisou o deputado.

Lembrando que esta é também a geração mais bem qualificada, a que é capaz de se reinventar e que tem que ser aproveitada numa recuperação económica, Hugo Carvalho alerta que se voltarmos a deixar cair esta geração “vamos estar a olhar para um futuro em que as contribuições para a Segurança Social são de salários baixos, em que o talento e as qualificações não abundam e que fazem de Portugal, mais uma vez, um país remediado.”

https://youtu.be/unNgreoyX1U