Rui Rio: Governo é “o mais caro e o maior da história de Portugal”

30 de outubro de 2019
PSD

No debate do programa do Governo, esta quarta-feira, Rui Rio começou por criticar a dimensão da composição do Executivo, que será o “mais caro e o maior da história de Portugal”. O Presidente do PSD lamentou a multiplicação dos ministros e secretários de Estado. “O seu Governo custa mais dinheiro e é pior. Eu estimo que este alargamento custe mais de 50 milhões de euros aos contribuintes. (…) Multiplicam-se os ministros e multiplicam-se os secretários de Estado. O senhor pode fazer o Governo que quer, agora fica com o recorde de ter o Governo mais caro da história de Portugal”, disse.

Para Rui Rio, o Governo “quase precisava de um roteiro para a gestão do Governo, tantas são as pessoas que vai ter de gerir”, como acontece na coesão territorial”, onde o Executivo “tem uma secretaria de Estado para cada coisa”.

Rui Rio falou sobre a despromoção de Mário Centeno, exibido como o “Ronaldo das Finanças”, e por essa razão, questionou o Primeiro-Ministro sobre se o ministro das Finanças irá permanecer no Executivo. “Perante isto, Vossa Excelência pode garantir que o ministro Mário Centeno não vai deixar o Governo, designadamente quando terminar a presidência do Eurogrupo e terminar o mandato do Governador do Banco de Portugal? Pode reafirmar que o senhor ministro das Finanças está de pedra e cal e não é um ministro a prazo?”, questionou.

Rui Rio referiu-se, por sua vez, à “promoção” de João Galamba, secretário de Estado Adjunto e da Energia, depois de se conhecer toda a trapalhada na concessão do lítio em Montalegre. “Todos vimos as notícias sobre a exploração de lítio no Norte de Portugal e a concessão a uma empresa que tinha três dias, tinha sede numa freguesia do PS, constituída com 50 mil euros para um negócio de 350 milhões de euros, e concessionou sem estudo de impacto ambiental. A minha questão em relação a esta promoção de João Galamba é se está em condições de dizer a esta Câmara e ao País, que no plano legal político e ético o Secretário de Estado agiu bem? Sem qualquer mácula?”, perguntou.

No final da primeira intervenção, o líder social-democrata censurou as opções do Governo na saúde. “Qual a razão pela qual escreve no seu programa que jamais fará uma PPP durante esta legislatura? Agrada à esquerda, desagradará ao senhor Presidente da República e aos setores mais moderados da sociedade portuguesa, mas se aparecer um privado que lhe diga que faz a gestão de forma mais barata e com mais qualidade, diz que não quer?”, interpelou. “Eu não entendo a razão, se não for por tabu ideológico, para ter esta posição, que não é racional”, expressou.

Rui Rio lamentou a “ilusão” da construção da ala pediátrica do hospital de São João, isto depois do lançamento da primeira pedra. “Depois de sucessivos adiamentos da construção da ala pediátrica do hospital de São João, soubemos que António Costa lançou a primeira pedra a escassos dias das eleições, o que já era de lamentar, mas agora sabemos que a obra nem começou, era apenas uma ilusão. Quando vai efetivamente lá lançar a segunda pedra, ou seja, quando é que as obras vão efetivamente começar?”, interrogou.

O Primeiro-Ministro não respondeu de forma concreta a nenhuma das questões colocadas pelo Presidente do PSD.

Arrancou esta quarta-feira, na Assembleia da República, o debate sobre o programa do Governo, que se estende até quinta-feira e ocupará mais de nove horas de discussão parlamentar.