Rui Rio: “Estou aqui para prestar um serviço ao País”

4 de setembro de 2019
PSD

Rui Rio respondeu às questões dos portugueses em entrevista à TVI e TVI 24, esta terça-feira. O Presidente do PSD começou por falar sobre investimento público, crescimento económico e impostos. Rui Rio diz que o quadro macroeconómico apresentado pelo PSD é prudente e uma das prioridades será reduzir impostos para cidadãos e empresas bem como reforçar o investimento público. “Nós vamos ter uma folga na ordem dos 15 mil milhões de euros. Havendo crescimento económico, há folga. Dessa margem 25% é para reduzir impostos, 25% é para aumentar o investimento público e 50% é para a despesa corrente”, afirmou.

O Presidente social-democrata lembra que é preciso assegurar o equilíbrio das contas públicas. “Comigo não contam para o desequilíbrio das contas públicas”, assegurou.

Rui Rio insiste que Portugal, como aliás qualquer país, “deve ter preferencialmente um ligeiro superavit nas contas públicas, sempre que o crescimento económico é razoável, para poder ter um défice quando o crescimento económico cai ou é mesmo negativo”. Esta é uma regra económico-financeira essencial, que Rui Rio compara à fábula da cigarra e da formiga, no sentido em que Portugal deve “precaver-se” em tempos de crescimento para situações de crise e de dificuldades.

Rui Rio desmistificou a ideia de que a dívida pública diminuiu. “Baixou nada. A dívida pública subiu. O Estado português deve mais dinheiro do que devia em 2015. Este Governo baixou a relação entre a dívida e o produto”, apontou, sublinhando que a dívida ronda os 130% do PIB.

Rui Rio criticou o Governo por ter “distribuído o que tinha”, mas “subiu tudo”, não ficando qualquer almofada “para preparar o futuro”.

O Presidente do PSD defende empresas mais robustas, a “economia real”, pois são elas que “vão possibilitar que Portugal possa ter melhores empregos e melhores salários”.

Rui Rio entende que é “fundamental” realizar reformas estruturais, que incluam os principais partidos. “O País precisa de pessoas com capacidade de dialogar, senão vamos andar sempre a guerrear-nos uns aos outros”, disse.

Em resposta a representantes da sociedade civil, Rui Rio enumerou algumas medidas do programa eleitoral do PSD para travar a degradação do Serviço Nacional de Saúde, nomeadamente o alargamento do programa de listas de espera para cirurgias às consultas e exames e uma melhor gestão. “O Serviço Nacional de Saúde sofreu uma degradação notória.(…)  O PS deixou muito pior. Aquilo que é preciso fazer é difícil, mas é preciso cumprir a Constituição da República Portuguesa, o acesso para todos [os cidadãos] tendencialmente gratuito”, referiu.

Questionado sobre o estatuto da carreira docente, o líder do PSD criticou o teatro do Governo e especificou que o objetivo é procurar “uma negociação global” das carreiras que “dignifique” a profissão de professor, criticando que um juiz estagiário possa ganhar mais que um docente do ensino secundário no topo da carreira.

Para aproximar eleitos e eleitores, Rui Rio recorda que a Constituição consagra a possibilidade de o número e deputados poder variar (entre um mínimo de 180 e um máximo de 230 representantes). “É mais genuíno a redução ser feita com a participação do eleitorado do que eu, administrativamente, dizer quantos são”, afirmou.

Em resposta a uma questão sobre a feira do livro do Porto, edição de 2013, Rui Rio argumentou que “acabou com o negócio que havia no quadro da feira do livro” na cidade e destacou o grau de satisfação dos munícipes com a política cultural, “e não com a política de animação”. “Sejam corridas de automóveis, sejam exposições de livros, seja o que for em que eu esteja à frente da causa pública como estive 12 anos no Porto, coisas de que discorde ou negócios que entenda serem muito desequilibrados para o erário público, eu acabo”, afirmou.

A redução das custas judiciais em função dos rendimentos, a descida do IRC de 21 para 17%, a eliminação do adicional do IMI (o “imposto Mortágua”), a redução no IVA do gás e da eletricidade para as famílias, o aumento nas deduções na educação e alguns ajustamentos nos escalões do IRS para a classe média foram pontos abordados por Rui Rio, que fez questão de assegurar que é crítico respeitar a “classe média, que é quem tem levado mais pancada”.

Rui Rio defende um “compromisso alargado” da Segurança Social. “Nós temos de fazer uma reforma da Segurança Social e convém que seja um compromisso alargado. (…) As pessoas que hoje têm 30, 40 anos não estão seguras. Nós temos a obrigação, perante as gerações mais novas, de fazer uma reforma que garanta a sustentabilidade da Segurança Social, a competitividade da economia e que não haja pensionistas pobres no futuro, com aquilo que corresponde hoje a 300, 400 ou 500 euros”, concretizou.

No final, o Presidente do PSD reiterou que quer ganhar as eleições legislativas e o seu foco é melhorar a vida dos portugueses: “Estou aqui para prestar um serviço ao País”.

76% do painel dos telespectadores que interagiram com o programa consideraram que Rui Rio esteve bem na entrevista.