“A política não é um concurso de simpatia”

3 de fevereiro de 2017
PSD

Pedro Passos Coelho afirmou ainda que a qualidade da redução do défice deixa muito a desejar e que este não é o modelo de País que o PSD defende.

Os portugueses não esquecem o passado, e querem ter condições de criar ambição no futuro. Era suposto que este ano Portugal pudesse sair do procedimento por défice excessivo, e afinal o que está a acontecer?

Estão a fabricar uma ilusão. Ainda hoje ficou claro, com a nota da unidade de apoio parlamentar, que a qualidade da redução do défice deixa muito a desejar, porque só é atingida com muitas medidas extraordinárias e há outras medidas que não são sustentáveis”, alertou o Presidente do PSD, perante centenas de pessoas, em Aveiras de Cima.

Antes, o Governo do PSD era acusado pelas esquerdas de não investir. Mas sabemos agora que na Saúde o investimento caiu quase 30% e no Ensino básico e secundário quase 70%.

Como é que não havemos de assistir a escolas em greve como a que se sentiu hoje se as pessoas estão revoltadas por não haver assistentes operacionais nas escolas? Quando não havia dinheiro, nós assegurávamos o número de funcionários. Quando não havia dinheiro, nós reduzíamos a divida da saúde”, afirmou Pedro Passos Coelho, afirmando que estamos a assistir a uma “ilusão” criada pelo Governo.

Em 2010, o défice foi quase 11%. Quando o PSD saiu do Governo, estava em 3%. “Este ano dizem que vão ter um défice de 2,3%, mas à custa deste corte no investimento, que não tem paralelo em 40 anos. Esta é uma maneira socialista, que não é séria para o Governo”, disse o líder da oposição.

É preciso haver esforço e exigência, para se chegar a melhores resultados e passando ao patamar seguinte, indo mais longe. “Isso exige mudar algo, não é prometer tudo a todos. A política não é um concurso de simpatia. Tem de ser uma forma séria de mobilizar as pessoas para o que é importante”, exclamou Pedro Passos Coelho.

Quem é que não tem a noção de que este é um Governo que só fala em estabilidade política enquanto tem boas notícias para dar e enquanto tem dinheiro para distribuir?”, questionou o líder da oposição.  Aquando da discussão do SMN e da TSU, ficou provado que a maioria que suporta o Governo funciona quando é altura de o apoiar ao dar boas notícias. “Mas quando foi preciso aprovar algo que poderia provocar danos, a maioria não existiu. Quando há dificuldades a ser enfrentadas, a maioria não funciona, e o Governo fica sem saber o que fazer”, acusou Pedro Passos Coelho.

O atual Governo não tem o apoio do PSD. Na altura em que o PSD procurou o seu apoio, quando ganhou as eleições, disseram não estar disponíveis. O Governo é apoiado pelo PS, PCP e BE. “Quando este Governo se esgotar, que ninguém aponte o dedo ao PSD. O PSD não pode achar que conta como BE e o PCP para a demagogia e que quando se exige responsabilidade e patriotismo chama o PSD. O que não estiveram disponíveis para fazer connosco, acham que temos obrigação para fazer com eles. Não se pode, na oposição, estar disponível para viabilizar seja o que for a la carte”, disse.

 

Governo promove política de baixos salários

Pedro Passos Coelho afirmou que aquilo de que o País precisa é de um Governo que gere confiança e que atraia investimento, porque é assim que se consegue criar emprego e riqueza.

Ao olhar para os dados que o Executivo foi divulgando, percebe-se que, enquanto que em 2014 havia perto de 400 mil portugueses a ganhar o salário mínimo nacional (SMN), em abril de 2016 o número chegava aos quase 840 mil e que, no final do ano transato, os dados do ministério de Vieira da Silva apontam para quase um milhão de portugueses com esta remuneração. “O Governo promove baixos salários e tem cada vez mais portugueses a ganhar o SMN”, acusou o Presidente do PSD, num momento em que o país devia estar em condições de as pessoas poderem ganhar mais.

“O país não perdoaria aos políticos e governantes se, depois de tudo o que passámos, tivéssemos de repetir o modelo que nos levou à bancarrota. Não queremos um Governo que queira agradar a todos, porque esses enganarão sempre alguém. Gostaríamos que as opções feitas fossem feitas com mais verdade e transparência”, referiu Pedro Passos Coelho.

 

Esperança no futuro

Quando olhamos para futuro, queremos que todos os anos possam ser diferentes dos anos em emergência. Quando pensamos no futuro, pensamos em coisas que possa ser melhoradas a cada ano. O que queremos para futuro é ter a certeza que as coisas estão bem, porque foi para isso que trabalhámos”, assegurou Pedro Passos Coelho.

O PSD espera que as autárquicas sejam uma boa oportunidade para poder mostrar aos portugueses que estamos ao seu serviço. Dar o contributo para que nada fique na mesma e para merecer a confiança dos portugueses.

Um autarca deve ser um bom gestor, um político que perceba o que se passa à sua volta e que ouça as pessoas, que se identifique com os seus problemas e anseios. O melhor projeto passa por acrescentar valor e melhorar o dia-a-dia das pessoas. Que as mobilizem para que cada dia possa ser melhor do que o anterior”, concluiu o Presidente do PSD.