“O País tem o direito a saber” o verdadeiro motivo das exonerações

10 de julho de 2017
PSD

O Partido Social Democrata manifestou “a sua enorme estranheza pelo momento político em que as demissões de três secretários de Estado são conhecidas”, afirma Carlos Abreu Amorim, reagindo às notícias que deram conta da exoneração dos secretários de Estado da Internacionalização, dos Assuntos Fiscais e da Indústria. “O País tem o direito a saber porquê”, refere.

Recordando que as viagens ao Euro 2016 a convite da Galp aconteceram “há um ano”, desde então “não compreendemos o que é que se alterou” para que as demissões ocorram agora, disse o vice-presidente do grupo parlamentar do PSD. “Na altura, o Governo disse que ia fazer um código de conduta e, portanto, estaria resolvido”, lembrou, acrescentando: “se estas razões, que aconteceram há um ano, levam a demissões, provavelmente já poderiam ter acontecido”. Perguntou, por isso, se “afinal o código de conduta não serviu para nada” e se “está, neste momento a ser aplicado”. Esclareceu, assim, que “na altura foi-nos dito que estava tudo resolvido e que não se devia falar mais no assunto”.

Em reação às notícias vindas ontem a público, o social-democrata reforçou que “não se compreende” o motivo pelo qual se procedeu, só agora, à exoneração dos secretários de Estado. “Não sabemos se foi algum focus group ou alguma técnica de marketing político que aconselhou que fosse, exatamente, este o momento”, afirmou.

É a vez do PSD fazer perguntas”, salientou. “Se há razões que têm que ver com uma eventual investigação judicial, elas têm de ser esclarecidas. Se há razões de ordem política ou ética que fazem com que, neste momento, esta situação seja tão grave, o PSD julga que o País tem o direito a saber porquê”, reforçou.

Destacando que “o PSD não pede a demissão de governantes”, Carlos Abreu Amorim reiterou a necessidade de se perceber o que está a acontecer, uma vez que a informação dada “é parcial”, “não esclarece” e “até levanta dúvidas”.

Segundo referiu, “o que deve estar em causa não deve ser a imagem do Governo, mas a imagem do País e a ideia do interesse público, isso é que deve pautar a ação do Governo”. Tal como lembrou, “governar é muito mais do que uma imagem”.