Marco António Costa em Conferência de Imprensa

11 de novembro de 2013
PSD

Marco António Costa, Coordenador Permanente da Comissão Política Nacional e porta-voz do PSD, em Comunicado à Imprensa – 11 de Novembro de 2013

 

«Nos últimos dias, pela voz da Moody’s, pelos dados revelados pelo INE, bem como por notícias que hoje são veiculadas pela Lusa a propósito do PIB no terceiro trimestre, Portugal tem visto assinalado positivamente o seu desempenho económico e social.

Isto é, mais uma vez os factos desmentem as visões negativistas e derrotistas assumidas por alguns, nomeadamente aqueles que fogem ao diálogo e à cooperação institucional que aqui reprovamos.

O PSD quer sinalizar, com satisfação, mais alguns sinais muito positivos que têm vindo a ser divulgados sobre a economia portuguesa.

Como já é do vosso conhecimento, foram hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística indicadores relativos às exportações no terceiro trimestre deste ano e os números são muito animadores, confirmando que a capacidade produtiva e exportadora de Portugal continua a aumentar.

As exportações nacionais voltaram a aumentar no terceiro trimestre de 2013. Um aumento de 5,8 por cento que nos parece tanto mais assinalável quanto em 2012 já se tinha registado o melhor ano de sempre para as exportações portuguesas.

Tal comportamento soma ao valor recorde do crescimento, em Agosto, da produção industrial.

Ora, tendo em conta que, no mesmo período, as importações registaram um crescimento de apenas 3,6 por cento, estes resultados contribuíram para reduzir o défice da balança comercial em mais de 137 milhões de euros.

Mais, se compararmos os primeiros nove meses deste ano com o mesmo período de 2012, concluímos que as exportações aumentaram quatro por cento e as importações tiveram uma variação nula.

Por tudo isto, Portugal está de parabéns. São os empresários e os trabalhadores portugueses que merecem todos os créditos por este resultado, mostrando que é possível reagir de forma positiva às dificuldades.

Mas as boas notícias não ficam por aqui,

Já a semana passada o INE tinha divulgado a maior quebra de sempre na taxa de desemprego, que se cifrou nos 15,6 por cento, no terceiro trimestre do ano.

Uma taxa que representa um desagravamento face aos 16,4 por cento do segundo trimestre e de 17,7 por cento do primeiro!

Mas, se me permitem, não é só isso: é que de acordo com o INE, este valor representa uma redução homóloga de 0,2 por cento e trimestral de 0,8 por cento.

Em números absolutos, neste trimestre tivemos menos 32 mil pessoas sem trabalho, face a trimestre homólogo.

 

E menos 47.4 mil desempregados do que no trimestre anterior, o correspondente a -5.3 por cento.

Por outro lado, note-se que na população empregada se registaram 4 milhões e 553 mil pessoas, o que representa um aumento de 48 mil pessoas empregadas.

Entre os mais jovens, dos 15 aos 24 anos, a taxa de desemprego é agora de 36 por cento, uma baixa de 3 por cento em termos homólogos e 1.1 por cento em valores trimestrais.

Deixem-me referir ainda relativamente ao emprego jovem, que se registou um crescimento trimestral de 9.3 por cento, de 238.6 para 260.7 mil pessoas, o que significa mais 21,1 mil jovens empregados num trimestre!

E, como temos dito noutras ocasiões mas não nos cansamos de repetir: o que estamos a conseguir é, antes do mais, mérito dos Portugueses, do seu empenho, da sua abnegação e dos seus sacrifícios. Por isso, menorizar os sinais positivos de recuperação que se registam não é criticar o Governo, é desrespeitar o esforço dos Portugueses!

Estes são números de que nos orgulhamos e que os portugueses devem acolher com satisfação.

E não somos só nós que o dizemos.

Estes e outros indicadores estão a contribuir para que importantes players do mercado financeiro internacional comecem a reconhecer o esforço que tem vindo a ser prosseguido por Portugal e pelos portugueses, como seja o caso da agência de notação financeira Moody’s.

A Moody’s acaba de alterar a perspectiva da classificação atribuída à dívida pública portuguesa de negativa para estável, baseando-se na melhoria da situação orçamental, no progressivo desanuviamento das perspectivas económicas e no risco reduzido de uma reestruturação da dívida.

A agência, aliás, tem como expectativa que o rácio da dívida pública expresso em percentagem do Produto Interno Bruto (PIB) comece a baixar em 2014, pela primeira vez desde 2007.

A Moody’s antecipa ainda um crescimento do PIB português de 0,7 por cento em 2014, ou seja, em linha com as previsões do OE para 2014.

Diz-nos a agência de rating, que estes são já efeitos positivos a médio prazo das “amplas reformas estruturais” que o Governo português tem feito, as quais, contudo, são ainda difíceis “de quantificar neste momento”, mas, acrescento eu, não podem ser desconsideradas.

A melhoria das perspectivas, segundo a agência, justifica-se ainda pelo risco reduzido de uma reestruturação da dívida, quer pela melhoria da liquidez do Governo.

Por estes sinais positivos, importa por isso garantir, antes de mais, que seja assumido pelo maior partido da oposição uma atitude de abertura ao diálogo e de compromisso com o comportamento de cooperação institucional em nome do interesse de Portugal, abandonando uma postura de completa inexistência de alternativa de propostas face às criticas que dirige ao Orçamento de Estado para 2014, bem como de total bloqueio ou qualquer tipo de disponibilidade com o PSD.

Deixo assim como nota final um apelo à sensibilidade democrática do partido socialista para que demonstre a abertura institucional indispensável a que tenhamos a capacidade de, em conjunto, estabelecer um diálogo institucional capaz de criar condições de entendimento de médio e longo prazo em matérias centrais para a vida política nacional»