Líder do PSD denuncia subfinanciamento do Serviço Nacional de Saúde

13 de setembro de 2017
PSD

Pedro Passos Coelho acusa o Governo de deixar na gaveta os projetos dos fundos comunitários já aprovados

 

Portugal devia estar hoje a aproveitar as oportunidades para beneficiar das reformas levadas a cabo no Governo liderado por Pedro Passos Coelho. Mas não é isso que se verifica.

 

É muito importante que haja ambição de preparar o nosso país para o Portugal e mundo dos próximos anos. Há coisas que nos parecem longínquas, mas daqui a 10 anos, graças ao avanço da tecnologia, uma parte significativa das profissões de hoje vão deixar de existir. Dez anos passam num instante. Temos de tomar medidas hoje para acautelar a nível da formação, da qualificação, da competitividade da nossa economia e empresas, encarar o futuro com outra confiança”, afirmou hoje Pedro Passos Coelho.

 

O que é preciso é “olhar para o futuro com outra confiança, e pormos em prática essa mudança, ou seremos surpreendidos. É isso que penso que está a falhar no País. Temos ao nosso alcance a possibilidade de tomar medidas e preparar o futuro se assim o quisermos, mas se o Governo e maioria não fazem por isso, temos de o denunciar. Não podemos ser cúmplices do deixa andar”. 

 

O que se passa hoje em Portugal é um sistema da Segurança Social que não tem dinheiro para pagar as pensões de hoje, tem de se transferir dos impostos. É necessário que a tutela reconheça este problema, e que não fique à espera que a situação se torne irreversível para futuro.

 

E o Governo, que anda pelo País a falar de futuro, ainda não foi capaz de dizer o que vai fazer às obras consensualizadas que não pôs em prática. “O que é que vão fazer? Recalendarizar os investimentos para dizer que são seus? Ou assume que até 2020 não vai a tempo de os executar?”, questionou.

 

Os projetos não estão feitos porque “o Governo os meteu na prateleira. Porquê? Vamos devolver os fundos? Ou vamos desviar para outras coisas? É possível falar no pós 2020 sem conhecer o compromisso que o Governo está em condições de tomar com os portugueses até 2020?”, referiu o líder da oposição.

 

A discussão está a começar coxa, falta informação e compromisso. É na base disso que podemos acrescentar. Sobre isto não consta que a geringonça tenha apresentado uma estratégia nova. Tudo isto ficou na prateleira porque o Governo tomou prioridades diferentes. O mais importante era trabalhar para o dia de hoje, para a satisfação demagógica e populista. Isto é uma artimanha que tem de ser denunciada”, disse.

 

Governo está a levar a cabo um desinvestimento na Saúde

O presidente do PSD destacou ainda a “conflitualidade que começa a tomar um palco maior ao nível da Saúde. E tal não é indissociável das promessas incumpridas que o Governo vem fazendo”.

 

As greves na Saúde a que hoje assistimos mostram “que alguma coisa não vai bem, e que já foi dado muito tempo para que se resolvam. O que se verifica é um subfinanciamento agravado na Saúde, que afeta a qualidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”.

 

Quando os partidos da geringonça em coro nos acusavam de estarmos a destruir o SNS, nós estávamos a capitalizar os hospitais, a pagar valores em dívida em montantes consideráveis, a sanear a gestão do SNS. Fomos nós que salvámos o SNS de um problema muito sério”, disse Pedro Passos Coelho.

 

Hoje em dia, “há muita despesa que não é reconhecida, há outra que não é paga, e é excessivo o Governo chamar-nos mentirosos e não evidenciar com números o que está a dizer. Os números que conhecemos são os do Governo, e vê se na despesa de capital que caiu em relativamente a 2015, e de forma significativa. E na despesa corrente, vemos que se descontarmos os aumentos de salários, ficou menos para gastar na saúde do que no ano anterior. Têm hoje menos dinheiro do que quando não havia dinheiro”.

 

Tudo isto feito por um “Governo que achou que era prioritário o equilíbrio de médio e longo prazo, cortando na despesa e no investimento para suportar a ideia de que temos um Governo que está a repor os rendimentos.”

 

Não vemos como é possível manter um SNS assim nos próximos quatro anos. Se a situação não se alterar, o SNS chegará a um momento que se não for irreversível será notória a degradação dos serviços prestados”, denunciou.

 

Autarcas confirmaram “deficiente resposta no combate aos incêndios”

Num dia dedicado ao distrito de Santarém, Pedro Passos Coelho afirmou, depois de ter estado reunido com candidatos autárquicos, em Dornes, no concelho de Ferreira do Zêzere, que teve “a oportunidade de ouvir muitas mensagens que dão conta da grande descoordenação da resposta que houve por parte da Proteção Civil”.

 

O Presidente esteve com autarcas que, segundo destacou, “lidaram muito diretamente” com os incêndios deste ano. “As queixas foram muitas”, salientou, dando conta da “falta de planeamento estratégico que se refletiu também em deficiente resposta no combate aos incêndios ou na forma como os próprios meios foram empregues neste combate”. Ficaram, também, “muitas sugestões que podem vir a ser úteis para futuro”, assegurou.

 

O PSD tem vindo a contribuir com propostas bastante construtivas e importantes para garantir que, no futuro, a resposta possa ser melhor”, lembrou o líder social-democrata. Destacou que muitos dos contributos também têm que ver com a fase que se aproxima e passa pela “construção, reflorestação, limpeza”, no fundo pela preparação do “futuro, do ponto de vista estrutural e operacional”. Considera que “as pessoas reconhecem que a intervenção do PSD foi importante” e espera que o relatório da Comissão Técnica Independente possa trazer “indicações muito claras sobre o que aconteceu”.